A Europa vai voltar à socialdemocracia a partir terceira década do século XXI? Recentemente foi anunciado que o bloco de 27 países que formam a União Europeia aprovou um pacote de 4,7 trilhões de reais com o objetivo de torná-la líder da economia verde e da economia digital.
Basta gastar mais dinheiro nessa direção? Ora, como argumenta Evgeny Morozov no artigo que aqui se apresenta, as grandes conquistas socialistas no século XX ocorreram no campo da inovação institucional. E é nesse campo, segundo ele, que a Europa deveria realmente inovar.
Sugere, por isso, que a Europa pode reviver essa tradição. Sugere, ademais, que ela precisa ir bem mais longe do que simplesmente criar as condições de investimento por parte do setor privado. Ela tem, segundo ele, de se empenhar em construir infraestruturas tecnológicas que funcionem como comuns – e não como fontes de acumulação de capital para a iniciativa privada.
Ainda que a proposta de reinventar a socialdemocracia pareça ingênua ou mesmo utópica no mundo atual – mas especialmente no contexto da América Latina em que ela nunca existiu de fato – a mensagem central afigura-se como bem correta. Sem assumir o controle das plataformas de informação, a possibilidade de controlar o sistema econômico e, assim, as condições de vida da população, não se realizará.
Ainda que Morozov tenha ainda esperança na socialdemocracia europeia, aqui se sustenta uma tese mais radical. Apenas superando o capitalismo por meio do socialismo democrático será possível alcançar os objetivos que ele corretamente põe como centrais .
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