O sítio publica artigos de Eleutério F S Prado. Divulga, também, textos importantes sobre economia política e sobre o tema da complexidade. Tem como princípio fundamental que a única boa alternativa para resolver os problemas da humanidade é a democracia.
Paul Krugman – Blogue do autor no Substack – 24/08/2025
Na cartilha anterior sobre esse tema, explicou-se em que consiste a estagflação, a lógica por trás dela e sua história. Aqui está uma breve lista do que foi abordado os seguintes pontos:
A estagflação é uma combinação de inflação e alto desemprego
Para a inflação se enraizar na economia é preciso que as empresas e os trabalhadores aumentam seus preços porque esperam que todos os outros façam o mesmo;
Autor: Michael Roberts – The next recession blog – 27/08/2025
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que demitira Lisa Cook, membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve. Pois, ela cometera fraude ao hipotecar por duas vezes a sua residência principal, quando ainda era professora no estado de Michigan, antes de ingressar no Fed. Naturalmente, Cook rejeitou essas acusações. O economista keynesiano, em seu blog, Paul Krugman repercutiu: mesmo que fosse verdade, essa acusação não seria adequada para solicitar a demissão imediata de alguém do Fed”.
Este estudo tem como objetivo medir empiricamente as principais variáveis consideradas pela economia política clássica e marxista em países europeus — França, Alemanha e Reino Unido[3] — abrangendo o período 1995-2023. Ao fazê-lo, procura explicar as causas do fraco desempenho do crescimento desde a grande recessão de 2008-2009.
Como essas economias são significativas na economia global, examinar as suas trajetórias é essencial não apenas para entender, em particular, as suas atuais situações econômica, mas também para apreender as suas tendências globais mais amplas. Eis que o resto do mundo, com exceções, experimentou também um crescimento fraco desde 2007. As projeções para os próximos anos, de acordo como o FMI, continuam apontando para tendências de lentidão.
A minha frase favorita do filme Wall Street, saído em 1987, aparece quando Gordon Gekko ridiculariza o personagem Charlie Sheen por suas limitadas ambições: “Não estou falando de US $ 400.000 por ano trabalhando duro em Wall Street, voando de primeira classe e vivendo confortavelmente. ” Ora, ajustado pela inflação, 400 mil, em 1987, equivalem a cerca de US $ 1,1 milhão agora.
O que essa frase diz é que, mesmo em 1987, bem no início do grande aumento da desigualdade pós-1980, muitas pessoas que operavam no setor de finanças – ou seja, que trabalhavam em Wall Street – já recebiam quantias muito grandes e que, por isso, algumas delas estavam acumulando fortunas extraordinárias.
Quem disse isto que se segue? Se houver neste país homens suficientemente grandes para tomar o governo dos Estados Unidos, eles o tomarão. O que temos que determinar agora é se somos suficientemente grandes, se somos homens com larga grandeza, se somos suficientemente livres, para tomar posse novamente do governo que é nosso.
Não, não foi Bernie Sanders ou Alexandria Ocasio-Cortez. É uma citação de The New Freedom, ou seja, da plataforma de campanha de Woodrow Wilson na eleição presidencial de 1912.
Autor: Matthew McManus [1] (Terceira Parte – A primeira parte está aqui e a segunda está aqui.
Ao longo da história do pensamento de direita, diferentes figuras tentaram fundamentá-lo de maneiras variadas, algumas das quais são interessantes, contraditórias e às vezes pouco sensatas. Na mesma época em que Leo Strauss e Harry Jaffa estavam ressuscitando o conceito de direito natural e condenando o historicismo, Michael Oakeshott e Lord Patrick Devlin argumentavam que as raízes do conservadorismo britânico estavam no respeito e na veneração de uma longa história de tradições. Isso é precisamente o que tornou tais intelectuais bem compreensíveis para o “homem no ônibus de Clapham”, já que esse tipo tinha pouco interesse em Platão ou Nietzsche, mas muita vontade de restringir a homossexualidade.
Autor: Matthew McManus [1] (Segunda Parte. A primeira parte está aqui)
Curiosamente, a direita política foi a segunda, não a primeira, doutrina importante a surgir na época moderna. Isso pode parecer estranho, já que os conservadores muitas vezes se consideram defensores de valores mais antigos e duradouros do que os liberais e, certamente também, do que os socialistas. E, de fato, a direita política geralmente se baseia em autores da antiguidade e o faz mais intensamente que que nos liberais ou socialistas, quer se trate de Aristóteles, Confúcio ou as inúmeras vertentes do quase-tomismo.
É a adesão que define a condição da sociedade e que constitui a sociedade como algo maior do que o “agregado de indivíduos”, tal como a mente liberal a percebe. Os conservadores são céticos em relação às reivindicações feitas em nome do valor do indivíduo, se elas entram em conflito com a fidelidade necessária à manutenção da sociedade. E é assim, mesmo se se deseja que o Estado (no sentido do aparato do governo) mantenha um controle bem frouxo das atividades dos cidadãos enquanto indivíduos. Pois, a individualidade é também um artefato, uma conquista que depende da vida social das pessoas.
(Roger Scruton – O Significado do Conservadorismo)
A posição de direita na história moderna
Desde pelo menos a eleição de Trump em 2016, a questão do que constitui a direita em política – e o que a distingue do liberalismo e do socialismo – ganhou importância renovada. Na direita política [norte-americana], o termo “liberal” tem sido frequentemente usado em sentido pejorativo, como se fosse um insulto – eis que tem apenas menos veneno do que o termo “socialista”. No entanto, muitos intelectuais proeminentes da direita política (…) orgulhosamente se identificam como “liberais clássicos”, especialmente quando fazem discursos inflamados sobre alguma suposta doutrinação de estudantes universitários.
A questão é bem controversa. Segundo Nancy Fraser, o neoliberalismo não morreu; contudo, passou da fase progressista para uma fase reacionária (veja-se a nota Depois do neoliberalismo). Já para Branko Milanovic o mundo está entrando em uma nova era, mas o neoliberalismo não chegou ao fim. Segundo ele, os países ricos adotam agora uma política com dupla face: abandonam a globalização neoliberal internacionalmente, mas continuam a promover um projeto neoliberal internamente (veja-se a nota O que vem depois da globalização?).
Após a Segunda Guerra Mundial, as disparidades de renda na América permaneceram relativamente estreitas por mais de uma geração. Alguns eram ricos e muitos eram pobres, mas não havia a extrema desigualdade, a fragmentação econômica e a guerra de classes tal como veio a existir depois.
Então, começando por volta de 1980, a desigualdade aumentou, chegando a níveis incrivelmente altos tal como se vê atualmente. Como ficou documentado na postagem anterior (Parte I), não apenas o 1% superior na distribuição de renda se afastou dos 99% restantes, mas dentro do 1% superior o 0,1% superior, o 0,01% superior e o 0,001% superior também se afastaram daqueles que ganham menos do que eles.
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