Os “comuns” em questão

Em setembro de 2015, publicou-se neste blog uma postagem com o título A luta pelo comum.  Por meio livre-de-coriatdela, divulgou-se o artigo Propriedade, apropriação social e instituição do comum, de Pierre Dardot e Christian Laval. Esses dois autores, nesse texto, defendem que “o princípio do comum que emerge hoje dentro de todos os movimentos sociais (…) não se define mais em termos de propriedade”. Ele é, assim, apresentado como oposto da propriedade privada, sem ser posto, alternativamente, como propriedade pública. Na postagem que se está aqui fazendo, divulga-se uma tradução de entrevista que Benjamim Coriat deu à revista Contretemps. Nela, ele defende um conceito de “comum” distinto do anterior. De modo diferente, sustenta ele a tese de que os “comuns” são compatíveis com a economia de mercado, ainda que venham “superar a ideia de que a única forma valiosa de propriedade seja a exclusiva”. Nessa perspectiva – é bem evidente –, os “comuns” são pensados sim como uma forma alternativa de propriedade em relação à privada e à pública. De modo crucial, bem ao contrário, ela pode conviver com essas duas últimas. O que distingue, segundo Coriat, os “comuns” é forma de governança, isto é, a forma pela qual a apropriação do recurso instituído como “comum” de certa comunidade vem a ser socialmente regulada por ela mesma.

A entrevista se encontra aqui: nao-podemos-apreender-os-comuns-com-as-chaves-do-passado

Esboço de outro socialismo

1984-de-orwellO filósofo Denis Collin no texto em apenso apresenta um novo conceito de transformação social, radicalmente diferente, segundo diz, das tendências tradicionais da socialdemocracia, do socialismo cientificista e do comunismo de caserna. Originalmente escrito em francês, está aqui traduzido para o português como uma forma de contribuir para o debate sobre uma nova perspectiva para a superação do capitalismo. Essa perspectiva, mesmo sendo ainda incipiente, pretende encontrar um caminho para superar tanto o reformismo fracassado quanto o centralismo revolucionário. A inspiração para a proposta vem de uma leitura de teses de George Orwell.

O texto foi publicado na revista O olho da história e se encontra aqui: esboco-de-outro-socialismo

Horizonte do capitalismo

Ascensão e DeclinioPerscrutando o horizonte histórico do capitalismo

 Após vários séculos de desenvolvimento capitalista, não teriam se realizadas já certas condições objetivas para a superação desse modo de produção? As relações de produção que o caracterizam não estariam entravando o desenvolvimento das forças produtivas? A questão não é certamente fácil de responder. Entretanto, mesmo sem pretender chegar a uma conclusão definitiva, é possível observar certa tendência à estagnação, a qual se manifesta especialmente nas economias ditas desenvolvidas. Após sugerir, como base na noção de “causação cumulativa”, que a histórica do capitalismo pode ser dividida numa fase de ascensão e numa fase de declínio, examinam duas grandes evidências empíricas: aquela que mostra uma queda secular da taxa de lucro e aquela que examina a passagem histórica da grande onda de crescimento da produtividade do trabalho.  O artigo concluí que chegou o momento de repensar o pós-capitalismo, isto é, um novo socialismo, agora profundamente democrático, como uma possibilidade real, ou seja, como um parto necessário que talvez seja possível fazer acontecer.

O artigo está aqui: Perscrutando o horizonte histórico do capitalismo

 

Para superar o capitalismo II

Para retomar ainda a questão da superação do capitalismo, esta postagem apresenta um texto que trata da vigência histórica do valor como regulação social inconsciente das transações econômicas. Nessa perspectiva, sustenta que a teoria do valor em Marx não é propriamente uma teoria do valor-trabalho com validade transistórica. É, isto sim, uma teoria do trabalho como ‘valor’ – uma categoria cujo espaço histórico está restrito ao modo de produção capitalista. Sustenta que, na história, o ‘valor’ não é posto de imediato em seus primórdios e nem vai ser deposto de uma vez em seu fim – quando, então, é suprimido politicamente para dar lugar a uma sociedade transparente. Ao invés, passa por um processo de formação e de desformação. O ato vindouro que acaba com a regulação inconsciente do processo de produção e instaura o socialismo não deixa de ser precedido pela deterioração das condições necessárias para a formação do valor já no capitalismo.

Para ler o texto clique aqui: Da posição e da deposição do valor

Para superar o capitalismo I

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Este postagem vem ao espaço virtual para recomendar fortemente um texto de Peter Hudis que retoma a questão da superação do capitalismo por meio da instituição de uma sociedade verdadeiramente humana: Trabalho social direto e indireto: que espécie de relação humana pode transcender o capitalismo. A partir de uma leitura apaixonada e rigorosa da Crítica ao Programa de Gotha, esse autor mostra que, para Marx, o socialismo é um modo de produção baseado em relações sociais diretas, democráticas, entre produtores livremente associados. E que, por isso, o seu advento depende crucialmente da deposição do valor como regulação social inconsciente das transações econômicas – o que, aliás, nunca aconteceu nos “socialismos” fracassados, baseados no planejamento centralizado e na governança de um partido-estado.

Para ler a tradução clique aqui: Hudis – Trabalho social direto e indireto.