Quid est tuum, “trumponomics”?

Autor: Eleutério F. S. Prado [1]

Três opiniões

É bem difícil saber exatamente. Em geral, os economistas do sistema, mesmo os neoliberais, assim como aqueles que se situam fora desse campo, acham que as políticas de Donald Trump prejudicam a economia norte-americana no curto e no longo prazo.  Eis, por exemplo, a opinião de Nouriel Roubini que vê efeitos danosos dessa política, apesar de prever que ela não vai contrariar um destino promissor que estaria reservado para a economia capitalista que “prospera” nesse país:

Embora não haja dúvida de que a agenda econômica de Donald Trump seja potencialmente estagflacionária, estão se desenvolvendo nos Estados Unidos algumas das inovações tecnológicas mais importantes da história da humanidade. Isso trará benefícios que superam em muito os custos das atuais políticas comerciais, assim como de outras políticas imprudentes.[2]

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A discórdia se espalhou pelo mundo

Autor: Jomo Kwame Sundaram [1]

O presidente dos EUA, Donald Trump, deliberadamente semeou discórdia em todo o mundo na tentativa de refazê-lo para servir melhor aos supostos interesses americanos. Ele não cederá influência, muito menos poder e controle, a outras nações, muito menos a pessoas.

Acordo de Mar-a-Lago

O seu principal conselheiro econômico, Stephen Miran, ofereceu alguma justificativa para as tarifas de Trump, além de promover o seu plano “Acordo de Mar-a-Lago” para o renascimento imperial dos EUA. Mas mesmo que a maioria dos governos aceite participar, o dilema dos déficits dos EUA não será resolvido.

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O projeto de lei fical “grande e bonito” de Donald Trump

Autor: Michael Roberts[1] – The next recession blog – 25/05/2025

A Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Congresso dos EUA, na qual o Partido Republicano tem uma pequena maioria, aprovou as propostas de orçamento do governo do presidente Donald Trump.  Trump o chama de “The big, beautiful bill”. 

Se aprovado, esse projeto estenderia os cortes abrangentes de impostos para os ricos – e especialmente para os mais ricos –, os quais foram aprovados em 2017, durante o primeiro mandato presidencial de Trump. O “belo projeto” de lei também faria grandes reduções no financiamento do seguro saúde (Medicaid), assim como no programa de ajuda alimentar (Food stamps), os quais visam suprir carências de indivíduos e famílias de baixa renda. E, claro, ele também propõe cortes nos subsídios fiscais para energia renovável (drill baby, drill, como costuma entoar).

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América: um novo paraíso fiscal?

Joseph Stiglitz [1] – Social Europe/Project Syndicate – 30 de abril de 2025

Trump está transformando a América em um paraíso fiscal, segue desmantelando salvaguardas e alimentando a desigualdade por meio da desregulamentação global.

Donald Trump está rapidamente transformando os Estados Unidos no maior paraíso fiscal da história. Basta observar quatro ações: a) a decisão do Departamento do Tesouro de se retirar do regime de transparência que compartilha as identidades reais dos proprietários das empresas; b) a retirada do governo das negociações para estabelecer uma Convenção das Nações Unidas sobre Cooperação Tributária Internacional; c) a recusa em aplicar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior; d) a desregulamentação maciça de criptomoedas.

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O casino global pode explodir?

Escrevendo no dia 10 de abtil, após a queda nos precos dos titulos do tesouro americano, a autora desta postagem se mostrou alarmada. Pouco depois voltou ao normal. Será que o pior já passou? Eis uma pergunta que não tem uma resposta fácil. Leia-se, portanto, o que ela tem a dizer. De qualquer modo, o preço dos titulos do tesouro americano cairam de novo ontem diante das ameaças de demissão que pesam sobre o presidente do Fed.

Autora: Ann Pettifor [1] – Sin Permiso – 19/04/2025

É preciso considerar os perigos do Tesouro dos EUA que figura aogra como uma “fábrica de garantias” de baixa qualidade. Pois, outra falha do sistema bancário paralelo poderá explodir o que chamo de cassino global? E qual será o impacto nas famílias, empresas e governos?

O mercado de títulos dos EUA parece estar afundando, como mostra o gráfico da Bloomberg abaixo. É preciso, pois, parar de falar apenas sobre comércio e começar a falar sobre títulos do Tesouro dos EUA.

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Trump, tarifas e o mercado de ações

A interpretação da política econômica do governo Trump tem envolvido muitas controvérsias. Publica-se em sequencia uma opinião que vê uma tendência mais geral no rumo do autoristarismo, do isolacionismo e do protecionismo. O artigo analisa as Intervenções políticas que a acompanham e os seus limites. O artigo foi escrito antes do “dia da libertação”.

Autor: Lefteris Tsoulfidis [1]

A recessão que começou em 2007 ainda está em andamento. Como durante a Grande Depressão do período entre guerras, o autoritarismo, o isolacionismo e o protecionismo tornaram-se a política oficial de governo – embora não necessariamente de todos os países.

Nas décadas de 1920 e 30, foi a Itália, Alemanha, Espanha e Grécia em particular. Mas essa política foi muito além disso: em 1930, os EUA quadruplicaram suas tarifas com a Lei Smoot-Hawley, primeiro para produtos agrícolas, depois também para bens industriais.

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Do choque tarifário de Trump: por quê?

Autor: Eleutério F. S. Prado [1]

As medidas tarifárias do governo Trump, assim como as dúvidas sobre quais seriam os seus reais objetivos, tem causado perplexidade.  Se se confia num escrito de Stephen Miran, que figura como presidente do Conselho de Assessores Econômicos do atual presidente dos EUA, o choque tarifário que está sendo implementado visa sobretudo reindustrializar a economia norte-americana. Pois, como disse Trump metaforicamente, “se não se tem aço, não se tem um país”.

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