Os leitores desse blog, lendo o título, devem imaginar que o post vai falar do Brasil. Não, ele não vai mencionar a economia capitalista
instalada na terra brasilis. Vai discorrer sobre a situação precária da economia italiana no interior da zona do Euro. Entretanto, os leitores que, de fato, lerem a pertinente nota de Servaas Storm sobre o caso da economia capitalista na Itália, certamente pensarão que um texto muito semelhante poderia ser escrito sobre o Brasil.
Logo, ao lerem “Itália”, devem, portanto, pensar no Brasil.
Segundo o texto que esse autor apresenta, as políticas de austeridade defendidas e aplicadas pelos economistas neoliberais estão abrindo uma caixa de Pandora na Itália e na Europa em geral. Pode ser esta uma tese keynesiana típica já que recomenda uma atitude de acomodação diante da possibilidade da rebelião. Mas ela tem a sua verdade.
Ninguém pode dizer onde isso vai acabar. Os economistas (incluindo os italianos) carregam uma enorme responsabilidade em tudo isso, tanto porque são muito culpados pelo caos quanto porque não conseguem chegar a soluções estratégicas racionais para resolver as crises em curso. “Talvez”, escreveu John Maynard Keynes, “seja historicamente verdade que nenhuma ordem social pereça, salvo por sua própria mão” (Keynes, 1919). Economistas racionais têm que provar que o veredicto de Keynes está errado, começando na Itália – pelo menos porque a confusão do Brexit parece estar além da redenção.
Se a situação econômica de alguns países do Norte inspira esse tipo de alerta, o que a situação de alguns países do Sul não deveria suscitar? O Brasil se encontra quase estagnado desde a década dos anos 1990, com um pequeno surto de crescimento entre 2004 e 2010.
A partir de 2011 entrou no caminho da recessão devido a um aperto dos lucros e uma queda da demanda agregada, fatos que ocorreram no primeiro governo Dilma. A partir de 2015 entrou no rumo da depressão justamente em razão das políticas de austeridade implementadas por Levy, Meirelles e Guedes. Ora, essas políticas servem principalmente ao capital financeiro e não ao capital industrial. Como continua assim, é preciso também perguntar: onde isso vai acabar?
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