Autor: Prabhat Patnaik
Nos Estados Unidos ainda há quatro milhões de pessoas que permanecem desempregadas em relação à situação antes da pandemia; e, no entanto, a tentativa do governo Biden de estimular a economia já entrou em crise com o ressurgimento da inflação não apenas naquele país, mas também em outras partes do mundo capitalista.
O Federal Reserve Board (o equivalente ao banco central dos EUA) planeja em breve aumentar as taxas de juros (atualmente próximas de zero). Ademais, mesmo a expansão fiscal será difícil de sustentar diante da inflação. Tudo contribui, portanto, para truncar a recuperação que vem ocorrendo.
Em outras palavras, mesmo no principal país capitalista do mundo, cuja moeda é “tão boa quanto o ouro” e que, portanto, não precisa temer qualquer fuga de capital debilitante, a capacidade do Estado de estimular a atividade dentro de suas próprias fronteiras encontra-se seriamente constrangido.
Esta é uma nova contradição básica que surgiu no capitalismo mundial e que merece atenção séria. Segundo John Maynard Keynes, o mais importante economista burguês do século XX, embora o capitalismo espontâneo fosse um sistema falho que mantinha grandes massas de trabalhadores desempregadas, a intervenção do Estado poderia consertar essa falha. Ora, esse prognóstico já havia sido contraditado pela globalização de finanças.
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