Lições do antissemitismo

Para entender melhor o antissemitismo é interessante confrontar as teses de Moishe Postone e de Slavoj Zizek. O primeiro autor examinou esse tema com base numa interpretação original de O capital de Karl Marx, a qual ficou registrada no livro Tempo, trabalho e dominação social (Boitempo, 2014). Zizek, por sua vez, é bem conhecido por seu marxismo/hegelianismo heterodoxo influenciado por Jacques Lacan; a sua tese sobre a origem do antissemitismo, delineada nessa perspectiva, encontra-se em As dificuldades do real (capítulo 4 do livro Como ler Lacan, Zahar, 2010).

A compreensão desse fenômeno histórico continua bem importante. Na forma de um saber de fundo, pode ser empregado – aposta-se aqui – para compreender os neofascismos e mesmo os neonazismos que estão surgindo no capitalismo contemporâneo, em vários países do mundo. É com base numa dissociação entre o abstrato real  e o concreto real da forma mercadoria – do dinheiro e do capital em consequência -, assim como por meio de uma personificação dos efeitos no mundo da vida social e pessoal do movimento efetivo desse abstração real, que o neofascismo mais uma vez se alevanta.

O texto se encontra aqui: O antissemitismo segundo Postone e Zizek

O modo da dominação nazista segundo Zizek

Este post encaminha um pequeno artigo de Jodi Dean, cientista política norte-americana, professora do Departamento de Ciência Política das Faculdades Hobart e William Smith, no Estado de Nova York. Ela é autora do livro Zizec’s Politics (A política em Zizec), (Routledge, 2006). Nessa nota, essa autora procura apresentar de modo bem sintético como se dá, segundo Slajov Zizek, a dominação nazista e como ela teria de desembocar, necessariamente, no Holocausto.

O que caracteriza a explicação de Zizek do nazismo é o uso que faz da teoria do discurso de Jacques Lacan. Em decorrência, ele mostra como a dominação nazista se dá em várias instâncias da subjetividade individual e social, assim como do próprio social, ou seja, na do imaginário, na da fantasia e na das normas jurídicas e burocráticas (que Lacan denominava de simbólico). É também de se notar que Zizek combina em sua apresentação a crítica psicanalítica com a crítica da economia política de Karl Marx.

A nota se encontra aqui: O modo da dominação nazista segundo Zizek