Exame crítico da teoria da financeirização

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Resumo

A teoria da financeirização tornou-se chave na compreensão marxista da evolução contemporânea do modo de produção capitalista. Entretanto, tal como tem sido formulada, ela não está totalmente de acordo com a compreensão do próprio Marx sobre as funções do capital portador de juros e do capital fictício na acumulação de capital. Examina-se, por isso, num novo artigo principalmente a teoria da financeirização de François Chesnais. A sua conjectura sobre a evolução recente do capitalismo é vista criticamente porque ela se restringe a condenar a dominação parasitária do capital industrial pelo capital financeiro. A predominância da lógica das finanças na condução da acumulação, segundo ele, vem rebaixar as perspectivas de crescimento da economia capitalista e, assim, dos salários dos trabalhadores encaixados no sistema. Mostra-se no texto que essa formulação apenas renova uma tradição muito antiga em Economia Política, a qual consiste em condenar o chamado “rentismo”, deixando, contudo, de condenar fortemente o capitalismo enquanto tal. A nota, no entanto, não deixa de fazer também um comentário crítico da teoria da financeirização de José Carlos Braga, a qual diverge da teoria muito mais divulgada e conhecida de François Chesnais.

O texto complexo do artigo faz parte do número 39 da revista Crítica Marxista, recém publicado. Ver http://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/

O que é financeirização? (I)

????????????????????????????????????????No prefácio ao livro A finança mundializada (2005), organizado por François Chesnais, Luiz Gonzaga Belluzzo não se esquece de equiparar o pensamento de Keynes ao de Marx:  “Marx, como Keynes, desvendou no capitalismo a possibilidade da acumulação da riqueza abstrata, desvencilhada dos incômodos da produção material. Para eles, tal ambição não é sintoma de deformação, mas de aperfeiçoamento da “natureza” do regime do capital.”  No entanto, como se sabe, Marx nunca propôs a “eutanásia dos rentistas”, mas Keynes o fez. Logo, não pode ser certo que Keynes tenha visto o desenvolvimento das formas financeiras do capital como “aperfeiçoamento da natureza do regime do capital”. Também é verdade que Beluzzo parece aprovar grosso modo as teses contidas no livro organizado por Chesnais. Mas, afinal, que teses são estas? Seriam elas corretas? Um livro recém-publicado, A political economy of contemporary capitalism and its crisis, propõe uma compreensão bem diferente da financeirização.

Para ler a nota clique aqui: O que é financeirização

Capitalismo movido à crédito

CDa acumulação em marcha forçada à crise e à da depressão prolongada

Nesta nota é discutida a tese de Richard Duncan sobre a íntima relação da expansão desmedida do crédito com o desempenho da economia norte-americana entre 1968 e o momento atual (2012).  Ele sustenta em seu livro The new depression, publicado em 2012, que a explicação desse movimento de  formação, expansão e estouro de uma  bolha de crédito, que dura por décadas pode ser feita com base na teoria austríaca do ciclo de Ludwig von Mises e na teoria monetária de Irving Fisher. Ambas essas teorias, como se sabe, enfatizam a importância do crédito na aceleração da acumulação de capital. A nota cuida, então, da crítica desse tipo de teorização baseado no equilibrismo de pleno emprego e, por isso, no dinheiro como meio de circulação em exclusivo. Mostra, em sequência, como o papel do crédito na acumulação de capital é acolhido – não do mesmo modo – pelo keynesianismo e pelo marxismo.

Para ler a nota basta clicar aqui: Capitalismo Movido à Credito

Capitalismo Zumbi

Chris Harman e o capitalismo zumbi

Nesta nota de leitura, pretende-se apresentar o sentido geral das teses contidas no livro de Chris Harman, de 2009, que tem o seguinte título: Zombie capitalism – global crisis and the relevance of Marx, ou seja, capitalismo zumbi – crise global e a relevância de Marx. Neste livro, em cerca de 350 páginas, este autor visa explicar o desenvolvimento do capitalismo contemporâneo, mantendo fidelidade ao pensamento de Marx. Entre outros pontos, por exemplo, ele critica as ideias de dominância financeira e de financeirização que são muito difundidas no Brasil. Para ler essa matéria basta Baixar texto 27 aqui.