Autor: Eleutério F. S. Prado [1]

Para tratar desse tema, vale-se de início de conteúdos que se encontram no livro Poder e política na clínica psicanalítica (Annablume, 2015) de Marcelo Checchia, um escrito longo, mas compreensível mesmo se proveio do teclado de um autor lacaniano. O que se fará é uma tentativa bem arriscada de entender um ponto difícil, atravessado por incertezas que se devem ao estilo do autor principal. Ademais, como bem de sabe, as noções da psicanálise não parecem estar ainda bem estabelecidas, o que dificulta muito o entendimento de qualquer ponto crucial de seu discurso.
O objetivo consiste em compreender criticamente a afirmação de Jacques Lacan de que haveria uma relação de homologia entre o mais-valor de Marx e a noção de mais-de-gozar proposta por ele mesmo. Contudo, não se pode compreender esse ponto polêmico se não se apreendeu antes o sumo da dialética da luta pelo reconhecimento que Georg Hegel apresentou na Fenomenologia do Espírito – essa luta, e isso é muito importante, consiste também, originalmente, numa contraposição entre vida e liberdade.
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