Austeridade em perspectiva histórica

O que é austeridade? Num post publicado em novembro de 2015 procurou-se responder a essa questão por meio da tradução de um escrito de John Milios intitulado “A austeridade não é irracional”.

Ao introduzir os leitores deste blog ao artigo deste importante crítico da economia política, mostrou-se que a “austeridade” é uma política de Estado que, em síntese, procura reforçar a disciplina do capital nas economias capitalistas contemporâneas.

Neste post, pretende-se expor como e porque a política de austeridade se tornou necessária e mesmo imperativa na gestão do capitalismo contemporâneo. Eis que o próprio desenvolvimento deste modo de produção, após a II Guerra Mundial, exigiu o crescimento dos gastos estatais (em particular, dos sociais), o qual acabou contribuindo para o rebaixamento da taxa de lucro e, assim, para produzir um sistema econômico frágil que tende à estagnação (ou seja, que não tem mais a capacidade de recuperação do capitalismo clássico).

Quer-se mostrar, ademais, rememorando a tese de Wolfgang Streeck em Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático, que a política de austeridade implica em primazia dos imperativos econômicos em relação as necessidades humanas, sociais e ambientais. E que ela leva, por isso, necessariamente, ao esvaziamento da democracia liberal, ou seja, da democracia formal que é possível no capitalismo.

Eis o post: iAusteridade em Perspectiva Histórica