O capital está morto?

Autor: Eleutério F. S. Prado

Os eventuais leitores deste textinho podem não acreditar, mas aquele que aqui escreve recebeu uma mensagem do além – além daquilo que aprendeu estudando O capital. E ela começa afirmando algo bem conhecido: no período que se inicia nos anos 80 do século passado, ocorreu uma “implosão da estabilização do mundo do trabalho fordista”. Começa bem, portanto, mas logo se aventura por sendas desconhecidas. Sugere, nesse sentido, que esse processo afetou de modo crucial o desenvolvimento da sociedade moderna; agora, passadas quatro décadas de seu início, ou o capital está moribundo ou ele está morto.

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Rentismo: um novo modo de produção?

Autor: Eleutério F. S. Prado [1]

Introdução

Ladislau Dowbor, por meio de um artigo que denominou de A sociedade na era digital: um novo modo de produção (2024), propôs que o rentismo, propiciado supostamente pelas novas tecnologias da chamada “indústria 4.0” e alavancado pela financeirização, está no fundamento de um novo modo de produção.

Enquanto o capitalismo industrial havia apropriação do excedente e geração de mais capacidade produtiva por meio do investimento, no novo modo produção em emergência há, segundo ele, apropriação do excedente por meio do rentismo sem que ocorra uma ampliação dessa capacidade, de modo correspondente à acumulação. Eis o que diz:

Trata-se de outro modo de produção em construção, em que a financeirização supera a acumulação produtiva de capital, a exploração por meio do rentismo supera a exploração por meio de baixos salários (mais-valia), inclusive porque se desloca o próprio conceito de emprego. (Dowbor, 2014).

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