Michael R. Krätke
O novo reinado dos mercados financeiros globalizados
Mesmo que isso possa sempre surpreender alguns é preciso dizer que o capitalismo moderno constitui, desde os seus primórdios, uma economia de crédito e de endividamento. Revoluções financeiras e industriais permeiam seu desenvolvimento, fortemente marcado por saltos. Na hierarquia dos mercados, que caracteriza a forma histórica de uma economia de mercado capitalista, os mercados financeiros (mercado monetário e de crédito) estão e estão sempre colocados no topo. Nesses mercados trocam-se ficções. É aí que o mundo extremamente artificial, “de cabeça para baixo”, do capitalismo se ergue, anda e salta “de cabeça”. Para o capitalismo, como religião cotidiana, a mitologia dos mercados financeiros é indispensável.
Os mercados financeiros sempre tiveram caráter internacional. Hoje, são multipolares, em rede e quase globalizadas. Alguns dos mestres desses mercados, como fundos multinacionais e operadores do mercado de ações, são o que chamamos de players globais. No entanto, os seus clientes, as pessoas comuns desses mercados, não são. O capital que circula nesses mercados comporta-se de forma altamente móvel e globalizada participando de muitos negócios no interior dos limites do mundo dos mercados financeiros internacionais. O volume dos mercados financeiros internacionais, ou seja, a soma total das transações neles realizadas, de alguma forma explodiu durante as décadas de 1980 e 1990.
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