Do totalitarismo implícito

Este post encaminha uma nota em que se examina a tese de um cientista político norte-americano (Sheldon Wolin) sobre a natureza da democracia nos Estados Unidos. Ela argui – contra toda a opinião estabelecida no “mundo ocidental” – que o sistema político dos Estados Unidos da América do Norte se encontra completamente dominado pelo poder das grandes corporações e que, por isso, não é de fato democrático – mas, ao contrário, totalitário.

Segundo esse autor, entretanto, trata-se de um totalitarismo invertido. Pois, nos regimes totalitários reconhecidos como tais a economia estava subordinada à política. Mas nos regimes totalitários apenas aparentemente democráticos ocorre o contrário: a política está, ainda que sub-repticiamente, subordinada à economia, isto é, ao comando dos lobbies corporativos que atuam sempre em detrimento dos interesses da grande maioria.

Aqui se procura argumentar, primeiro, que esse autor tem uma compreensão inadequada da função do sistema econômico na sociedade moderna. Em que, em consequência, não vê que a economia dominava a política também nos regimes totalitários que chama de “clássicos”.  Ademais, busca-se sustentar que existe, sim, um potencial totalitário, mas que ele se encontra implícito nos atuais países apresentados como simplesmente democráticos.  Trata-se, entretanto, de um poder que não se torna total, pelo menos enquanto não está ameaçado, porque está contido por forças sociais contra-arrestantes, as quais se originam de uma certa anarquia conflituosa que é inerente ao próprio capitalismo.

A nota se encontra aqui: Do totalitarismo invertido – e implícito

O artigo original: Sheldon Wolin e o totalitarismo Invertido