Crítica da concorrência perfeita: Shaikh

Em adição ao post da semana passada que contemplou a crítica de Friedrich Hayek à noção de competição perfeita, neste post se apresenta de modo resumido a crítica de Anwar Shaikh às tradições da teoria econômica que dela se valem.

Dentro dessas tradições há aquelas que costumam adotá-la acriticamente, mas há também aquelas que julgam necessário emendá-la nas aplicações ao mundo real. Há ainda outras que buscam dar grande ênfase às supostas imperfeições que – admitem – abundam nos mercados realmente existentes.

Nenhuma delas é satisfatória para esse outro crítico da competição perfeita. A concepção que precisa ser adotada, segundo ele, apreende a competição sem idealizá-la, como competição real. E esta é uma forma de luta pela sobrevivência e pela supremacia.

Ao contrário de Hayek, Shaikh não para na metade do caminho no retorno à economia política clássica, mas assume inteiramente as suas lições na compreensão da concorrência capitalista e do capitalismo. Ele a apreende, tal como o primeiro, sob a perspectiva da teoria da complexidade do modo como esta última se desenvolveu contemporaneamente. Mas, mas vai muito mais longe do que Hayek na construção de uma teoria econômica capaz de explicar os funcionamentos atuais desse modo de produção.

A diferença crucial entre esses dois autores é que, para o primeiro, a competição é um processo virtuoso de descoberta das informações que são necessárias ao bom funcionamento dos mercados, e, para o segundo, ela é sobretudo uma luta sem trégua e sem qualquer piedade das empresas, umas com as outras, para obter a maior parcela de lucro possível e de todas elas para o rebaixamento dos salários.

O texto está aqui: Crítica da concorrência perfeita – Shaikh