O dilema da dívida

O crédito tem um papel crucial na economia capitalista: um artigo de Michael Roberts esclarece esse tema justamente no momento em que se desenrola  aquela que será provavelmente a maior crise histórica do capitalismo. É bem possível que a crise catastrófica dos anos 1930 perderá o seu posto já que a economia capitalista está financeirizada como nunca esteve antes.

O crédito permite alongar o pagamento de mercadorias pelos consumidores, em especial as de grande valor monetário como os bens duráveis e as residências.

Ele permite que os investimentos em projetos maiores e mais longos sejam financiados quando os lucros reciclados internamente às empresas não são suficientes.

O crédito permite, portanto, uma circulação mais eficiente do capital destinado à circulação de mercadoria, ao investimento e à produção corrente.

Os mercados financeiros se alimentam do crédito concedido aos governos, às empresas e às família. Ele tem, portanto, o potencial para alavancar o funcionamento do sistema como um todo.

Mas o crédito se torna dívida; assim, embora possa ajudar a expandir a acumulação de capital, caso os lucros não sejam suficientes para servir a essa dívida (ou seja, para pagar o principal e os juros aos credores), a dívida se torna um fardo que consome os lucros e a capacidade de expansão do capital.

O escrito de Michael Roberts está aqui: O dilema da dívida