Autor: Michael Roberts, The next recession blog – 20/11/22
Os aumentos salariais “excessivos” levam ao aumento da inflação e, assim, levam as economias a uma espiral de preços e salários? Em 1865, na Associação Internacional dos Trabalhadores, Marx debateu esse tópico com o membro do Conselho dessa Associação, Thomas Weston. Weston, um líder do sindicato dos carpinteiros, argumentou que pedir aumento de salário era inútil porque tudo o que aconteceria seria que os empregadores aumentariam seus preços para manter seus lucros e, portanto, a inflação consumiria rapidamente o poder de compra elevado; os salários reais estagnariam e os trabalhadores voltariam à estaca zero por causa de uma espiral preço/salário.
Marx respondeu ao argumento de Weston com firmeza. A sua resposta, que acabou sendo publicada em um panfleto, Valor, Preço e Lucro, foi basicamente a que segue. Em primeiro lugar, “os aumentos salariais geralmente acontecem na esteira dos aumentos de preços anteriores” – a demanda por aumento do salário é uma tentativa de recuperação; não se deve, portanto, a demandas ‘excessivas’ e irrealistas por salários mais altos por parte dos trabalhadores. Em segundo lugar, não são os aumentos salariais que causam o aumento da inflação. Muitas outras coisas afetam as mudanças de preços – argumentou Marx: a saber: “a quantidade de produção (taxas de crescimento – MR), as forças produtivas do trabalho (crescimento da produtividade – MR), o valor do dinheiro (crescimento da oferta monetária – MR), flutuações do mercado preços (fixação de preços – MR) e diferentes fases do ciclo industrial” (boom ou recessão – MR).
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