Resumo: As pulsões sexuais põem a vida num corpo (vivo por isso), o qual sem elas estaria morto; por isso mesmo a pulsão de morte, a morte pulsional melhor dizendo está pressuposta nas manifestações da vida.
Autora: Alenka Zupančič
Para os filósofos lacanianos a noção de pulsão de morte tem uma função muito importante e persistente, pois aparece geralmente em pontos cruciais de vários argumentos conceituais. Apesar de haver esclarecimentos (e exemplos) do que essa noção nomeia e se refere, há ainda muita confusão a esse respeito. Pode ser que essa confusão venha do fato maior de que essa noção está e permanece em processo de construção no interior da psicanálise.
Não que as outras noções freudianas estejam simples e totalmente estabelecidas e fixadas, sem possibilidade de que possam ter ainda uma vida conceitual mais longa, mas a pulsão de morte parece carecer particularmente de algum tipo de ancoragem inicial ou fundamental. A razão é muito simples: o que Freud, em Além a princípio do prazer, apresenta primeiro sob o rótulo de pulsão de morte (Todestrieb) não é exatamente o que “nós” lacanianos (e eu me incluo entre eles) entende por ela.
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