Em queda (oscilante) por 60 anos

O post de hoje encaminha um artigo de Alan Freeman que apresenta estatísticas históricas do crescimento econômico de 16 países industrializados do Norte. Ao contrário do que se acredita, a taxa de expansão do PIB nesses países tem caído continuamente, com apenas breves e limitadas interrupções, desde pelo menos o início dos anos 1960. Essa informação parece singela, mas tem grande significado.

É assim que o próprio Freeman lê esses resultados:

Esta evidência lança nova luz sobre as dificuldades atuais da economia mundial e tem muitas implicações profundas. Ela entra em conflito com qualquer ideia de que a atual crise ou “grande depressão” tenha origem em algum recente transtorno ou regime de acumulação, como o neoliberalismo ou a financeirização. De fato, as raízes da crise atual se encontram no longo processo histórico que se iniciou com expansão do pós-guerra, isto é, com a assim chamada de “Idade de ouro”.

Ela lança luz sobre muitos fenômenos recentes, tais como a ascensão do governo Trump e da extrema direita, a rápida erosão do tradicional centro socialdemocrata e/ou liberal na política do Ocidente, a dramática expansão da agitação social em grande parte do mundo ocidental e as crescentes tensões militares e econômicas que agora afetam as relações Norte-Sul.

Entra em conflito, também, com qualquer ideia de que os problemas atuais possam ser resolvidos a médio ou longo prazo por medidas limitadas, sejam de esquerda, como os estímulos fiscais e monetários, sejam de direta, especialmente a austeridade, mas também o nacionalismo de Donald Trump e outros governantes semelhantes.

O artigo está aqui: A sexagenária tendência declinante