Planejamento na era da Internet – Parte II

Este blog tem publicado diversos textos que tratam do planejamento econômico num sistema econômico regido democraticamente e que visa o bem-estar não só da grande maioria, mas de todos. Ora, frente as perspectivas de colapso da civilização humana sob o capitalismo, isto está se tornando cada vez mais desejável.

Nesses textos, argumenta-se em geral que, também, tem se tornado cada vez mais possível construir sistemas de planejamento que são mais eficientes e mais eficazes do que as “economias de mercado”, proporcionando ademais uma verdadeira e ampla liberdade.

Um sistema que promove a liberdade de uns em detrimento da liberdade da maioria, que opera cegamente, que funciona segundo leis que parecem naturais, que concentra enormemente a riqueza produzida, não pode ser considerado como um sistema bom ou ótimo, ou ainda mesmo como sistema “menos ruim”. Aquilo que é bom numa fase de desenvolvimento da sociedade pode se tornar péssimo em outra.

Assim como não se pode falar num fim da história, também não se pode colocar um ponto final na construção das formas de organização da sociedade. Ora, as técnicas de planejamento estão em evolução na própria economia capitalista. Por exemplo, a produção sob demanda já é uma realidade e ela é superior à produção para o mercado já que nesta última apenas se antecipa a demanda.

Não se trata de elogiar – ao contrário, trata-se de criticar – as economias de comando centralizado que eram dirigidas por burocratas do partido-Estado. O que hoje se apresenta como um imperativo ético é desenvolver uma teoria do planejamento democrático que aproveita as novas tecnologias da informática e da comunicação.

E essa teoria deve pensar não apenas no planejamento com base na produção capitalista, mas deve se estender para um sistema baseado em comuns tal como propõe Dardot e Laval no livro Comum – Ensaio sobre a revolução no século XXI.

A segunda parte do texto que se começou a publicar na semana passada encontra-se aqui: Planejamento na Era da Internet – Parte II