Um “nobel” para um neoshumpteriano!

Autor: Cédric Durand [1]

A abordagem neoschumpeteriana de Philippe Aghion – coautor de O Poder da Destruição Criativa (2021), entre muitos outros livros – teve uma influência significativa na política econômica europeia desde a virada do século. No mês de outubro, ele recebeu, com dois outros economistas, o Prêmio Sveriges Riksbank em memória de Alfred Nobel, o prêmio de maior prestígio na disciplina. O comitê que o escolheu para recebê-lo elogiou a sua suposta teoria sobre como a inovação fornece o ímpeto para o crescimento.

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Armadilha de renda média ou de lucratividade?

Autor: Michael Roberts – The next recession blog – 17/08/2024

Em um post recente, revisei um novo – e bem importante – livro dos economistas marxistas brasileiros Adalmir Antônio Marquetti, Alessandro Miebach e Henrique Morrone.  Eles trabalharam com um modelo de desenvolvimento econômico baseado, por um lado, na mudança técnica, na taxa de lucro e na acumulação de capital e, por outro, na mudança institucional (ou seja, políticas e governos). Juntos, esses dois fatores são combinados por eles para explicar a dinâmica de alçamento ou de retardamento do processo de desenvolvimento.

A realidade é que, no século XXI, a “recuperação” não está acontecendo para quase todos os países e, assim, para as populações do chamado “Sul Global”, ou seja, para a periferia pobre fora das economias capitalistas avançadas do Norte Global.  Essa realidade é frequentemente negada pelos economistas convencionais e, em particular, pelos economistas das agências internacionais como o FMI e o Banco Mundial.

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