Michael Robert – Blog The next recession – 2/12/2020
A crise gerada globalmente pela pandemia global é diferente das crises anteriores do capitalismo. A mudança da expansão para a recessão no ciclo capitalista – com os seus impactos recessivos na produção e no investimento – é frequentemente desencadeada por um crash financeiro. Não foi isto o que aconteceu agora.
A crise produzida pela pandemia do coronavírus tem também, no entanto, uma causa “próxima” específica. Em certo sentido, essa queda global sem precedentes, afetando 97% das nações do mundo, começou por causa de um “evento exógeno”, ou seja, a propagação de um vírus mortal. No entanto, tenha-se em conta que esse próprio evento está fundado na relação predatória do capitalismo com a natureza.
De qualquer modo, as previsões de recuperação implicam numa perda discreta e aparentemente irrecuperável de PIB mundial. Pelo menos é o que indica as estimativas da OCDE. Ora, essa mesma estimativa não prevê qualquer novo desastre à frente. Será isso correto?
Fala-se constantemente em uma recuperação tão logo as vacinas comecem a ser aplicadas na população. Contudo, há elos mais fracos na malha das relações mercantis: boa parte das empresas médias e menores estão muito endividadas. Pode, pois, ocorrer uma crise de crédito seguida de colapso financeiro à medida que estas empresas começarem a quebrar. Estas colapsam na mesma medida em que o apoio do governo evapora: as suas receitas de vendas permanecem fracas, mas os custos da dívida e dos salários aumentam.
Uma tradução do artigo completo de Michael Roberts está aqui: Uma crise de crédito à frente
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