O mau estado do bom capitalismo – é isso?

Autor: Michael Roberts

The next recession blog – 28/03/2024

O livro The State of Capitalism: Economy, Society, and Hegemony – em português, O Estado do Capitalismo: economia, sociedade e hegemonia – (Verso, 2023), é uma obra ambiciosa.  Foi escrito por um grupo autodenominado de Coletivo, sob a liderança do professor Costas Lapavitsas, da Universidade SOAS, de Londres. A obra busca analisar todos os aspectos do capitalismo no século XXI a partir de uma perspectiva marxista.  Foi amplamente elogiado por nomes como Yanis Varoufakis e Grace Blakeley, estrelas luminosas entre os economistas de esquerda.

Segundo os autores, o livro “é o resultado de uma escrita coletiva que combina diferentes tipos de conhecimento e experiência”.  Eis que, durante vários anos, a Rede Europeia de Investigação em Política Social e Econômica (cuja sigla em inglês é EReNSEP) tem sustentado um esforço voluntário por parte de seus membros…. A escrita é coletiva, mas expressa uma voz comum.”

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Era da finança, mas não do sujeito automático

Neste post faz-se um comentário crítico do marcante livro Lucrando sem produzir – Como a finança explora todos nós (Profiting without producing – How finance exploits us all) de Costas Lapavitsas.

Procura-se mostrar que ele peca por se afastar do conceito de capital como sujeito automático que é característico da compreensão do capitalismo que vem de Karl Marx. Mas não se nega, entretanto, a sua importância como contribuição para uma melhor compreensão do capitalismo financeirizado que emergiu da crise da década dos anos 1970.

Usualmente se distinguem duas interpretações marxistas da crise de 2008 e da longa recessão que se seguiu a ela. Uma primeira enfatiza que a crise irrompeu como manifestação de certas tendências estruturais e de longo prazo do processo capitalista de produção, em especial daquela que produz uma queda da taxa de lucro. Uma segunda posição se concentra especificamente na dimensão financeira do processo, procurando acentuar as mudanças institucionais na esfera econômica e minimizar a importância do declínio da taxa de lucro.

Procura-se mostrar neste post que Costas Lapavitsas figura como um dos mais populares e intelectualmente sofisticados representantes dessa última posição.

Eis o post aqui: Era da finança, mas não do sujeito automático