Os economistas se enxergam como fontes inesgotáveis de racionalidade. Quando escrevem, costumam derramar sobre as pessoas “comuns” receitas sobre como devem gerir sua vida econômica atribulada; mais frequentemente, pontificam sobre como deve ser gerido o sistema econômico, sempre passando por infindáveis turbulências. Por isso mesmo deveriam estar interessados no último número da Revista Limiar (vol.1, nº2) do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Unifesp. Aí, eles podem encontrar dois artigos bem interessantes que lhes amassam o topete.
O primeiro, de Alselm Jappe, trata de alienação, reificação e fetichismo da mercadoria, um tema central para a compreensão da crítica da economia política de Karl Marx. Ora, esses termos apontam para o caráter intrinsecamente religioso do sistema econômico, mostrando, assim, que sob a sua fachada de racionalidade mora e se oculta uma irracionalidade altamente destrutiva que ora ameaça a existência da humanidade. O artigo contrapõe a ontologia do trabalho de Lukács à crítica do trabalho feita pelos autores da escola da “critica do valor” (Robert Kurz, por exemplo). O acesso ao artigo Alienação, reificação e fetichismo da mercadoria encontra-se aqui: http://www.revistalimiar.org/uploads/2/1/6/4/21648538/1._anselm_jappe_-_limiar_n.2.pdf.
O segundo, de Tales Ab’Sáber, trata de uma perspectiva psicanalítica o comportamento dos analistas econômicos mais em evidência diante da crise econômica mundial de 2008. Como se sabe, mesmo vários “gênios” consagrados por meio do Prêmio Nobel fracassaram miseravelmente em antecipar que do “boom” vinha um formidável “bum”. Segundo esse autor, “os agentes que recusavam a realidade da crise assim a aprofundaram”. Eles foram cruelmente pervertidos pela recusa da realidade que claramente transbordava em relação ao seu modo vulgar de apreender o sistema fetichista da mercadoria. O acesso ao artigo Interesse e verdade: neoliberalismo e mentira encontra-se aqui: http://www.revistalimiar.org/uploads/2/1/6/4/21648538/7.tales_-_limiar_n.2.pdf
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