Neste post apresenta-se parte de um escrito de Radhika Desai em que essa autora procura mostrar a pluralidade determinações da crise econômica segundo Karl Marx. Ela contesta especialmente a tese segundo a qual todas as crises podem ser apresentadas como consequências da “lei da taxa decrescente de lucro”. E que, por isso, a Lei de Marx não é sempre a “causa última” das crises, as quais, entretanto, poderiam ser disparadas por vários fatores (tese de Michael Roberts). Em consequência, ela reabilita até certo ponto a importância do subconsumo nas crises.
Em suas palavras:
“Este texto desafia o desprezo pelo “subconsumo” – e, assim, pelo papel da demanda de consumo na reprodução capitalista e por sua falta nas crises – no marxismo contemporâneo. Está em jogo aqui um melhor entendimento não apenas da teoria da crise, (…) mas também do legado intelectual de Marx. O escrito mostra como a centralidade da demanda de consumo é sublinhada nos três volumes de O capital e nos Grundrisse. Prossegue discutindo as origens, as fraquezas e a persistência desse desprezo. O texto também mostra que Marx não considerou o subconsumo por meio de uma ótica moralista, como se tratasse de uma necessidade que é descumprida. Tal desprezo não se origina em Marx, mas no “produtismo”, isto é, na ideia de que o capitalismo é um sistema de “produção pela produção”.
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