A dissolução do marxismo humanista (I)

Publica-se aqui uma tradução de um artigo de Ian H. Angus The dissolution of Marxist humanism em duas partes para, numa data em sequência, publicar também um comentário do autor deste blogue sobre o conceito de “homem” – humanitas – em Karl Marx.

Autor: Ian H. Angus [1]

1.Introdução

Em 1906, Benedetto Croce, em seu O que está vivo e o que está morto na filosofia de Hegel, questionou a filosofia de uma nova maneira. Em vez de perguntar o que é verdadeiro e o que é falso na linguagem estabelecida da filosofia, ele colocou a questão de uma maneira que era imediatamente histórica: o que era verdadeiro poderia ter se tornado falso e o que era falso poderia ter se tornado verdade. Perguntava sobre o aqui e agora da filosofia, não sobre o seu conteúdo eterno.

É certo que essa referência histórica já existia em Hegel na medida em que a verdade era entendida como algo que vai surgindo, mas também era vista como culminação da lógica – isto é, a verdade encapsulava a história mesmo emergindo dela. Croce afirmou implicitamente a incompatibilidade entre lógica e história.

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