A ciência da economia nasceu com o nome de Economia Política; foi assim denominada pelos economistas clássicos. Porém, no último quartel do século XIX, os economistas neoclássicos mudaram o seu nome para Economia (Economics) simplesmente para ocultar o seu vínculo intrínseco com a política; haveria, segundo eles, há um saber sobre o sistema econômico que não poderia ser desafiado para atender certas demandas políticas.
Se os economistas clássicos compreendiam desassombradamente essa ciência como uma ciência social, histórica e política, os inovadores do final do século XIX, agora assombrados pelas lutas de classes que se desenvolviam na sociedade, passaram a encará-la como ciência positiva ou como ciência matemática, transistórica, semelhante à mecânica clássica.
Ora, mesmo se o sistema econômico da relação de capital tem, sim, imperativos que decorrem de sua natureza, estes não deixam de ser determinações estruturais sustentadas por meio das instituições políticas. A reificação do sistema econômico por meio da positivação metodológica dos seus fenômenos constituintes é apenas um meio de restringir as opções de política econômica àquelas desejadas pelo poder político das classes dominantes.
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