Autores: Werner Bonefeld [1] e Chris O’Kane [2]

O título do livro aqui apresentado, Adorno and Marx: Negative dialectics and the critique of political Economy (Bloomsbury Academic, 2022), resume uma história intelectual recente do desenvolvimento da crítica da economia política enquanto uma teoria social crítica. Ela surgiu no contexto da nova esquerda do final dos anos 1960 e, desde então, foi elaborada por sucessivas gerações de estudiosos críticos em diferentes instituições institucionais. A influência da Escola de Frankfurt foi de particular importância para o seu desenvolvimento. Em primeiro lugar, está ligada à Nova Leitura de Marx, inspirada em Adorno, na então Alemanha Ocidental.[3]
No Reino Unido, surgiu como a análise da “forma social” no interior da estrutura da Conferência de Economistas Socialistas.[4] Essas novas leituras da crítica da economia política como uma teoria social crítica desenvolveram-se ainda mais na interseção entre a teoria crítica inicial da Escola de Frankfurt – principalmente Adorno, Horkheimer e Marcuse –, a Nova Leitura de Marx da Alemanha Ocidental e a análise da “forma social” sob a rubrica de “marxismo aberto”.[5]
Nos Estados Unidos, essa corrente está associada ao trabalho de Moishe Postone, Patrick Murray e Tony Smith, dentre outros.[6] Os desenvolvimentos contemporâneos dessas novas leituras, as quais visam a elaboração de uma teoria crítica do dinheiro e do tempo social, das relações sociais e com a natureza, dos cidadãos excedentes, da história, da crise econômica, do Estado, dos gêneros, da subjetividade e do trabalho, incluem, por exemplo, as obras de Beverley Best, Carl Casegaard, Dimitra Kotouza, Christian Lotz, Christos Memos, Frederick Harry Pitts, Charles Prusik e Marina Vishmidt.[7]
A concepção da crítica da economia política como uma teoria social crítica é fundada, antes de mais nada, na rejeição da noção marxista tradicional das forças econômicas como primárias e de sua concepção da luta de classes como o motor do progresso histórico. Em vez disso, essas novas leituras concebem a economia como uma forma invertida das relações sociais organizadas de modo capitalista; veem, assim, as categorias econômicas como categorias sociais pervertidas. As relações econômicas expressam, assim, o caráter conceitual das relações sociais historicamente específicas.
Esse caráter conceitual é, portanto, constituído socialmente, ou seja, a natureza econômica se resume ao social, tem uma natureza social. E isso advém da natureza das relações sociais historicamente específicas. Essa percepção emerge da crítica de Marx na seção sobre O Fetichismo da mercadoria e seu segredo (quarta seção do capítulo I de O Capital, Livro I). De acordo com essa crítica, as relações econômicas são fundamentalmente espectrais.[8] Contêm ilusão objetiva.[9] A sociedade capitalista é regida por movimentos independentes das coisas econômicas e, no entanto, essas coisas são socialmente constituídas. Nas palavras de Herbert Marcuse, a sociedade na forma de objeto econômico se manifesta “nas costas dos indivíduos; mas isso ocorre, no entanto, por meio de seus trabalhos”.[10]
O seu movimento independente é, portanto, real e ilusório. Os indivíduos sociais são governados pelos “produtos de suas próprias mãos” e é por meio de suas práticas sociais que eles dotam as coisas econômicas de consciência e de vontade. “Eles fazem isso sem o saber.”[11] Os objetos econômicos expressam, assim, determinadas relações sociais. Mesmo os elementos mais simples, “a mercadoria por exemplo, já é uma inversão; faz com que as relações entre as pessoas apareçam como atributos das coisas, de tal modo que as relações das pessoas figurem com os atributos sociais das coisas “.[12]
Marx argumenta ainda que o fetichismo das mercadorias emerge do “caráter social peculiar do trabalho que as produz”.[13] O que é peculiar ao capitalismo não pode adquirir também uma dimensão transistórica. Para as novas leituras da crítica da economia política como uma teoria social crítica, portanto, a economia capitalista, assentada na subordinação do trabalho, não é uma manifestação socialmente específica de forças econômicas gerais e transcendentais. Ademais, essas forças não se expressam por meio de uma sucessão de modos de produção, tal como se argumenta no marxismo da segunda e da terceira Internacionais, no leninismo e na social-democracia. E que continuam a ser assim discutidos até hoje no campo marxista, na economia política e no programa do socialismo democrático.[14]
A economia marxista se entende como uma ciência da materialidade econômica. A sua crítica da economia do trabalho capitalista e não uma crítica da economia do trabalho como tal. É antes uma crítica da irracionalidade e do caráter explorador da economia de trabalho capitalista. Contém um argumento em favor de uma economia de trabalho socialista racional na qual o Estado é o poder organizacional central do planejamento econômico. Ou seja, para a economia marxista, a “teoria do valor-trabalho tem um caráter macroeconômico”.[15]
A economia marxista reconcilia a crítica da economia política com aquelas mesmas categorias econômicas que a crítica de Marx ao fetichismo expõe como categorias sociais invertidas e, portanto, como abstrações enganosas e pervertidas (verruckte)das relações sociais. Como apontado por Simon Clarke, o argumento marxista sobre uma sucessão de modos de produção não foi inspirado em Marx, mas sim na teoria dos estágios da história de Smith.[16]
Ademais, Marx, em sua Crítica ao Programa de Gotta, dirigida aos socialistas de seu tempo, rejeitou a noção do trabalho como categoria em geral da riqueza social. Ele considerou essa ideia infundada, pois toma o caráter social do trabalho capitalista como o fundamento ontológico da riqueza em toda sociedade.
As novas leituras da crítica da economia política como teoria social crítica rejeitaram as versões tradicionais do materialismo histórico como legitimadoras dos regimes socialistas estatais e da forma organizacional que põe o Partido como o veículo da transformação socialista.[17] Em vez disso, eles desenvolveram o “método materialista” como uma crítica das relações sociais existentes, que, nas palavras de Adorno, “dissolve as coisas entendidas de modo dogmático”.[18]
Adorno caracterizou a visão materialista dialética da história como um “perversor dos motivos marxistas”.[19] De acordo com Marx, é “muito mais fácil descobrir por análise o núcleo terreno das criações nebulosas da religião do que fazer o oposto, isto é, desenvolver a partir das relações reais dadas da vida as formas nas quais elas foram apoteosadas. “O último método”, continua ele, “é o único materialista e, portanto, o único científico”. O primeiro método pertence ao materialismo abstrato das ciências naturais “que exclui a história e seu processo”.[20]
Existe apenas uma realidade e essa é a realidade das formas de vida sócio-históricas definidas. Para os alunos de Adorno, a sua dialética negativa renovou o caminho das ideias, então predominantes assentadas da economia marxista e da economia política. Possibilitou compreender a organização racional da economia do trabalho no socialismo, tornando a crítica da economia política numa teoria social crítica. A dialética negativa trata das formas de vida na sociedade reificada.
Talvez Helmut Reichelt chegue mais perto da verdade ao delinear a importância da teoria crítica de Adorno para as novas leituras de Marx. A seu ver, Adorno e Horkheimer “se apegaram à teoria da sociabilidade invertida”. A sua teoria crítica do capitalismo como uma totalidade negativa posta pela inversão econômica “preocupava-se principalmente com a explicação genética da sociedade; a sociedade era assim entendida como a totalidade dessas formas invertidas”.[21] Nesta leitura, e com referência a Alfred Schmidt, a crítica da economia política equivale a uma “prática conceitualizada” das relações sociais[22] em e através das “formas de vida nas quais foram apoteosadas”.[23]
Entendido criticamente, o ponto de Marx sobre o caráter social peculiar do trabalho como fundamento do fetichismo das mercadorias desmistifica a centralidade do trabalho como uma “ontologia negativa” das relações sociais capitalistas. A compreensão de Moishe Postone da crítica da economia política como uma crítica da economia do trabalho deriva dessa percepção inicial desveladora.
As consequências práticas dessa mudança, que vai de uma economia política da organização do trabalho para uma crítica da economia política, são formidáveis. Elimina a ideia de socialismo de estado como uma alternativa à economia do trabalho capitalista. Reichelt destaca a influência fundamental de Adorno no desenvolvimento das novas leituras em uma publicação sobre a tentativa de reconstrução do materialismo histórico de Jurgen Habermas, que para ele equivalia a uma teoria social tradicional.
O atributo tradicional refere-se a um objetivo de pesquisa que busca identificar a lógica das estruturas sociais na abstração de suas relações sociais. No caso de Habermas, a separação da realidade social em mundo do sistema, que é o domínio da teoria dos sistemas, e mundo da vida, que é o domínio da teoria da ação social, caracterizou o retorno às concepções tradicionais de sociedade segundo a teoria crítica de Frankfurt. Na economia marxista e na economia política tradicional, essa mesma dicotomia teórica aparece, por um lado, entre mercado e Estado como entidades estruturais separadas e as forças sociais, por outro.
A perene questão de saber se a economia determina o Estado, como se supõe que aconteça exclusivamente sob o neoliberalismo, ou se o Estado determina a economia, como supostamente foi feito durante o período do pós-guerra – no chamado estado de bem-estar keynesiano democrático de massas –,[24] é considerada uma questão de equilíbrio das forças sociais que se manifestam também por meio do Estado.
Para a economia política marxista, o que importa são os interesses sociais e os valores morais, assim como os padrões éticos a eles vinculados. Habermas censura Marx, Adorno e Horkheimer por não terem sustentado suas teorias críticas com compromissos normativos com as ideias de justiça, liberdade, igualdade e, mais importante, a ideia de razão. [25]
A crítica negativa da economia política, ele sugere, é deficiente porque carece de categorias morais fundamentais para melhorar as instituições sociais. No contexto da crise de 2008, essa teorização levou a duas análises que se sobrepõem. Em primeiro lugar, a crise foi vista como consequência de uma disfuncionalidade estrutural evitável, consequência da terceirização, da privatização dos compromissos previdenciários e da chamada financeirização da economia. A crise econômica levou a uma crise política, que, semelhante aos argumentos de Habermas sobre uma “crise de legitimação” na década de 1970, apareceu na forma de uma crise das instituições democráticas e das formas democráticas de representação.
Essas crises foram causadas por valores socioeconômicos neoliberais corruptos que capturaram a sede do governo e usaram o poder do estado para separar a economia da sociedade. Em segundo lugar, em nome da boa sociedade, aquela que cumpre a promessa da razão, as forças democráticas de justiça social, igualdade e liberdade devem reconquistar a sede do governo para superar a realidade socioeconômica neoliberal desfavorável por meio de uma política democrática de integração social e políticas de justiça distributiva, transformando a economia financeira em economia social (de mercado).[26]
O humanismo prático da resolução proposta para a miséria humana é bem-intencionado e bem-vindo. O que isso significa não está claro. Como análise da lógica que rege as relações sociais capitalistas, é infrutífero. O argumento de que Marx e Adorno não defendem categorias morais para fundamentar seus compromissos normativos em direção a uma política de justiça redistributiva e igualdade social, razão e liberdade, é bem fundamentado. Na verdade, ambos rejeitaram tais compromissos. Com referência a Adorno, tem-se que “os críticos de esquerda não percebem” que as ideias normativas de justiça, liberdade e igualdade são “elas mesmas… afetadas pela mesma injustiça sob a qual são concebidos e ligados ao mundo contra o qual são colocados”.[27]
Assim como a crítica de Marx às categorias econômicas consiste na decifração das relações sociais na forma do objeto econômico, a teoria social de Adorno não identifica a sociedade na abstração das relações sociais. Tanto Marx quanto Adorno entendem que as categorias morais da sociedade não expressam normas transcendentais e eternas, mas que são historicamente específicas e, portanto, não podem ser “percebidas sem referência aos elementos históricos implícitos nelas”.[28] Os valores liberais de liberdade, igualdade e justiça retratam indivíduos libertados de estruturas sociais feudais, que recebem autonomia para se engajar em um sistema de justiça que trata pobres e ricos, trabalhadores despossuídos e “bolsos endinheirados” como parceiros iguais de riqueza e como iguais perante a lei.[29]
A liberdade da servidão é a liberdade de troca entre comerciantes formalmente iguais enquanto forças de trabalho, um comprando força de trabalho para lucrar com seu consumo como uma personificação do dinheiro que rende mais dinheiro, o outro vendendo-o para ganhar a vida como uma personificação do excedente tempo de trabalho. Pensar sobre isso significa requer que se vá além. No entanto, ninguém pode se isolar do mundo em que vive. Os argumentos que se fundam em forças econômicas transcendentais e normas transcendentais leem a sociedade existente voltando à história e avançando para o socialismo. Eles então julgam as relações existentes como irracionais na organização de sua própria matéria econômica e em conflito com seus próprios valores normativos.
O argumento de que a sociedade contemporânea não atende ao seu próprio padrão normativo não pode ser negado. Os mercados de trabalho demarcam raças e gêneros; ademais, a relação entre compradores e vendedores é uma relação de classe entre “donos” que querem pagar o mínimo possível e trabalhadores privados dos meios de vida que querem receber o máximo possível.[30]
O mercado de trabalho é um mercado de compradores. No entanto, o que é comercializado e o que a liberdade de comércio significa para os vendedores despojados da força de trabalho? Se a força de trabalho não pode ser negociada, o que pode ser negociado em seu lugar para ganhar a vida? O pobre pertence à conceituação da riqueza capitalista. Enquanto Adorno tende a ser lido como um crítico cultural do mundo administrado e da indústria de consumo, em vez de um crítico marxista da sociedade, este volume contraria essa concepção redutora.
O apêndice publica um resumo de um seminário conduzido por Adorno em 1962. Foi publicado pela primeira vez em alemão como um apêndice do Dialektik der Wertform de Hans-Georg Backhaus. Por si só, embora o resumo dê uma visão da teoria crítica de Adorno, ele não estabelece as credenciais de Adorno como crítico da economia política. A sua importância vem daquilo que Backhaus percebeu; tratava-se de uma instrução de estudo de Adorno para seus alunos, pelo menos para aqueles que tomaram as suas palavras como marxistas.[31] O desenvolvimento da crítica da economia política como uma teoria social crítica concorda com Adorno e Marx. Eis que as formas sociais, incluindo as formas de pensamento e luta, são formas de relações sociais definidas, sobre as quais reina uma certa lógica. Ora, o propósito da crítica é decifrar a gênese social dessa lógica.
O que é não pode ser verdade. No entanto, é sim verdade. A sua verdade é a inverdade de um mundo em que “Monsieur le Capital e Madame la Terre” caminham como personagens sociais e ao mesmo tempo diretamente como meras coisas”.[32] Como uma teoria social crítica, a crítica da economia política é singular tanto como um afastamento radical da erudição marxista tradicional quanto como um afastamento igualmente radical das leituras tradicionais da obra de Adorno. No entanto, não existe um marxismo adorniano ou um adornismo marxista.
Seria errado identificar Adorno com Marx ou Marx com Adorno, seria igualmente errado apenas reconstruir Marx ou Adorno, ou defender o marxismo de Adorno ou o adornismo de Marx e deixar o assunto por aí. Em vez disso, é a interseção entre a teoria social crítica de Adorno e a crítica da economia política de Marx que é produtiva para o o surgimento dessa conceituação inteiramente nova e ainda em desenvolvimento de uma teoria crítica da objetividade econômica além da economia política marxista e da teoria crítica adorniana. A experiência de Adorno com o capitalismo permitiu-lhe articular percepções sobre a sua natureza que a crítica de Marx não poderia articular.
Marx sabia que “a individualidade humana e a própria moralidade humana” se tornaram tanto um objeto de comércio quanto o material no qual o dinheiro pode existir. Em vez de dinheiro ou papel, é minha própria existência pessoal, minha carne e meu sangue, minhas virtudes e importância social, que constituem a forma material e corpórea do espírito do dinheiro”.[33] A teoria crítica de Adorno apresenta o que essa sociedade se tornou, ou seja, uma cultura pós-fascista de desencanto encantado, na qual a dominação e o antagonismo persistiram e a indiferença mútua se transformou numa frieza social e numa crueldade sistemática de uma totalidade negativa sem fim.[34] Adorno não deu a luz à nova leitura de Marx. Ele forneceu o ímpeto teórico e a inspiração para essa empreitada.
[1] Werner Bonefeld é professor de política na Universidade de York, Reino Unido. Com Beverley Best e Chris O’Kane, coeditou o Sage Handbook of Frankfurt School Critical Theory (Sage, 2018). Livros recentes incluem: Critical Theory and the Critique of Political Economy (Bloomsbury 2014) e The Strong State and the Free Economy (Rowman & Littlefield, 2017).
[2] Chris O’Kane é Professor Assistente de Ciência Política na Universidade do Texas Rio Grande Valley. Trabalho seu apareceu recentemente em Critical Historical Studies, (com Kirstin Munro) Critical Sociology, Science & Society e Review of Radical Political Economics.
[3] As principais publicações são de Hans-Georg Backhaus, Die Dialektik der Wertform (Freiburg: Ca Ira, 1997) e de Helmut Reichelt, Die Neue Marx Lekture (Hamburg: VSA, 2008).
[4] Simon Clarke, Marx, Marginalism and Modern Sociology (Londres: Palgrave, 1992).
[5] John Holloway, Change de world without talking power (Londres: Pluto, 1992). Ana Dinerstein, Alfonso Garcia Vela, Edith Gonzalez e John Holloway (eds.), Open Marxism: Against the Closing of the World (Londres: Pluto, 2020).
[6] Moishe Postone, Time, labour and social domination (Cambridge: Cambridge University Press, 1993). Patrick Murray, The Mismeasure of Wealth (Leiden: Brill, 2016). Tony Smith, The Logic of Marx’s Capital (Albany, NY: SUNY Press, 1990).
[7] Beverley Best, Marx e the dynamic of capital formation: an aesthetics of political economy (Londres: Palgrave, 2010); Carl Casegaard, Towards a Critical Theory of Nature (Londres: Bloomsbury, 2021); Dimitra Kotouza, Surplus Citizens (Londres: Pluto, 2019); Christian Lotz, The Capitalist Schema (Londres: Lexington Books, 2014); Christos Memos, Global Economic Crisis as Social Hieroglyphic: Genesis, Constitution and Regressive Progress (Londres: Routledge, 2021); Frederick Harry Pitts, Critiquing Capitalism Today: New Ways to Read Marx (Londres: Palgrave, 2018); Charles Prusik, Adorno and Neoliberalism (Londres: Bloomsbury, 2020), Marina Vishmidt , Speculation as a Mode of Production: Forms of Value Subjectivity in Art and Capital (Leiden: Brill, 2018).
[8] Ver Eric John Russell, Spectral Logic in Hegel and Debord (Londres: Bloomsbury, 2021).
[9] Conforme exposto por Helmut Reichelt, Social Reality as Appearance, em Human Dignity, traduzido por Werner Bonefeld, editado por Werner Bonefeld e Kosmas Psychopedis (Londres: Routledge, 2017), pp. 31–68.
[10] Herbert Marcuse, Negations, traduzido para o inglês por Jeremy J. Shapiro (Londres: Free Association Press, 1988), p. 151.
[11] Karl Marx, Capital, vol. 1 (Londres: Penguin, 1990), pp. 772, 166-7.
[12] Karl Marx, Theories of suplus value, vol. 3 (Londres: Lawrence & Wishart, 1972), p. 508.
[13] Marx, Capital, p. 165.
[14] Ver, por exemplo, Guido Starosta, Marx’s Capital, Method and Revolutionary Subjectivity (Leiden: Brill, 2015).
[15] Simon Mohun, Value, Value Form and Money, em Debates in Value Theory, editado por Simon Mohun (Londres: Palgrave, 1994), pp. 214–30, p. 228.
[16] Clarke, Marx, Marginalism and Modern Sociology. Simon Clarke, Keynesianism, Monetarism and the Crisis of the State (Aldershot: Edward & Elgar, 1988).
[17] Ver Leo Panitch, The Revolutionary Party, Constellations 24, no. 4 (2017), 528–42, para um recente apresentação do Partido.
[18] Theodor W. Adorno, Negative Dialectics, traduzido por EB Ashton (Londres: Routledge, 1990), p. 196.
[19] Ibidem, 355.
[20] Marx, Capital, p. 494, fn. 4.
[21] Helmut Reichelt, ‘Jurgen Habermas’ Reconstruction of Historical Materialism’, in The Politics of Change , traduzido por William Martin e Joseph Fracchia, editado por Werner Bonefeld e Kosmas Psychopedis (Londres: Palgrave, 2000), 105–47, p. 107.
[22] Alfred Schmidt, ‘Praxis’, em Gesellschaft: Beitrage zur Marxschen Theorie 2 (Frankfurt/Main: Suhrkamp, 1974), 264–308, p. 207.
[23] Marx, Capital, 494, fn. 4.
[24] Veja, por exemplo, Wendy Brown, Undoing the Demos (Cambridge, MA: Zone Books, 2015). O puro formalismo desse argumento é de tirar o fôlego. Destaca as injustiças baseadas no mercado do presente, contrastando-as com um passado que realmente nunca existiu. A então dominação burocrática, a exploração, a luta de classes, o racismo e o sexismo são esquecidos e o que é esquecido não aconteceu.
[25] Jürgen Habermas, Zur Rekonstruktion des historischen Materialismus (Frankfurt/am Principal: Suhrkamp, 1976).
[26] Veja, por exemplo, Streek, Fraser, Jaeggi, Panitch e Honneth. Colocado cruamente, o argumento econômico aí deriva das ideias de Polanyi sobre as relações de mercado e estado. Nesta visão, o dinheiro e o capital recuam uma vez que as forças da razão ocupam a sede do governo e os colocam sob o controle democrático (nacional).
[27] Theodor W. Adorno, ‘Spengler Today’, Zeitschrift für Sozialforschung 9, no. 1 (1941), 305–25, p. 319.
[28] Theodor W. Adorno, Introduction to Sociology, traduzido por E. Jephcott (Stanford, CA: Stanford University Press, 2000), 77–8.
[29] Sobre isso e para a referência ao termo ‘moneybags’, veja Marx, Capital, capítulo 6. Para ver uma exploração teórica da forma legal, veja Bob Fine, Democracy and the Rule of Law (Caldwell, NJ: The Blackburn Press, 2002), capítulo 4. Andreas Harms, Commodity form and law form, em The Sage Handbook of Frankfurt School Critical Theory, editado por Beverley Best, Werner Bonefeld e Chris O’Kane (Londres: Sage, 2018), 852–869. Veja também Tony Smith Beyond Liberal Egalitarianism (Leiden: Brill, 2017).
[30] Sobre o uso do termo “dono” e para um relato da luta de classes expresso nesses termos, veja Adam Smith, An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (Indianapolis: Liberty Fund, 1976), capítulo 8. Para um relato da compreensão clássica da economia política como uma ciência do estado, consulte Werner Bonefeld, The Strong State and the Free Economy (Londres: Rowman & Littlefield, 2017), capítulo 3.
[31] Para uma exploração abrangente da teoria crítica inicial nesse sentido, consulte os três volumes de The Sage Handbook of Frankfurt School Critical Theory , editado por Beverley Best, Werner Bonefeld e Chris O’Kane (Londres: Sage, 2018).
[32]Karl Marx, Capital, vol. 3 (Londres: Lawrence & Wishart, 1966), 830.
[33] Karl Marx, Comments on James Mills. Collected works, vol. 3 (Londres: Lawrence & Wishart, 1975), p. 215.
[34] Sobre a totalidade negativa, ver Lars Heitmann, ‘Society as “Totality”’, em The Sage Handbook of Frankfurt School Critical Theory, editado por Beverly Best, Werner Bonefeld e Chris O’Kane (London: Sage, 2018), 589–606.
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