“O sistema capitalista mundial entrou na crise mais grave de sua história, cujas consequências – caso ela não seja rapidamente superada – podem até ir além da crise da década de 1930.”
É assim que o editor alemão apresentou o artigo que se segue de um autor que parece ver um colapso econômico em consequência do estado da economia capitalista e do impacto da crise do coronavírus:
“Tomasz Konicz é um jornalista alemão-polonês, autor de vários ensaios teóricos e analíticos que perscrutam o mundo, neste século XXI, submetido à força de sucção do capital, com base na perspectiva da crítica do valor-dissociação.
A teoria da crise de Marx está geralmente associada à lei da tendência de queda da taxa de lucro apresentada no terceiro volume de O Capital. As correntes da crítica do valor e da crítica do valor-dissociação mostram, pelo contrário, que existe uma “primeira versão” da teoria da crise nos textos de Marx, a qual foi esboçada especialmente nos Grundrisse.
Ela atribui a crise secular da economia capitalista ao declínio absoluto do trabalho vivo e, consequentemente, à queda não apenas da taxa média de lucro, mas principalmente da massa de mais-valor socialmente produzido. Somente essa “primeira versão” da teoria da crise permite compreender de modo coerente o limite interno absoluto do capital.
A “riqueza” na era do capital fictício, momento em que o modo de produção e de vida capitalista não pode mais sobreviver, exceto por meio do consumo da produção futura de mais-valor,
E esta, em última análise, nunca chegará a ser realizada nas proporções requeridas. Eis que ela aparece, agora, como uma gigantesca coleção de dívidas públicas e privadas que ameaça entrar em colapso. Konicz analisa em sequência o último empurrão dado nesse processo fundamental de crise: sob os efeitos da pandemia do Covid-19, grande parte da máquina de exploração global está parando.”
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