Sobre as origens da realidade psíquica

Autor: Jon Mills[1]

A arché [2] da psique

Quando começa a vida psíquica? A emergência do ego constitui propriamente a subjetividade humana ou podemos apontar legitimamente para forças ontológicas anteriores? Como mencionado anteriormente, não desejo reduzir essa indagação metafísica a um empreendimento meramente materialista, apenas para reconhecer que certas contingências fisiológicas da corporeidade são uma condição necessária, embora não suficiente para explicar a origem psíquica.

Embora a psicologia do processo psíquico seja sensível ao trabalho contíguo e compatível feito nas ciências biológicas e neurocientíficas, isso não precisa nos preocupar aqui. Se alguém se contenta com uma abordagem materialista, que recorra ao discurso sobre o óvulo e o esperma.

Eis que devemos proceder com um respeito cuidadoso à máxima de Freud segundo a qual é preciso resistir à tentação de reduzir a psique ao seu substrato anatômico. Como as abordagens empíricas sozinhas não podem abordar a epistemologia do nosso interior ou do vivido qualitativo inerente ao processo experiencial, devemos tentar abordar a questão dialeticamente.

Continuar lendo