Capitalismo cadente e a raiva das massas

Autor: Richard D. Wolff [1] – Counterpunch – 14/08/2024

Na esteira de sua enorme derrota em 30 de junho de 2024, quando 80% dos eleitores rejeitaram o presidente “centrista” francês Emmanuel Macron, ele disse que entendia a raiva do povo francês. No Reino Unido, o conservador e perdedor Rishi Sunak disse o mesmo sobre a raiva do povo britânico; o líder trabalhista Starmer diz agora que compreende por que a raiva está explodindo em seu país. É claro que essas frases desses políticos geralmente significam pouco ou mesmo nada; elas não implicam numa mudança de rumo substantiva.   

Esses líderes europeus e seus partidos continuam a calcular qual seria a melhor forma de recuperar o poder depois que o perderam. Nisso, eles são como os democratas norte-americanos após o desempenho de Biden em seu debate com Trump, agora em 2024, ou como os republicanos nos EUA após a derrota de Trump, em 2020. Em ambos os partidos, um pequeno grupo de líderes e de doadores toma sempre todas as decisões importantes, mas organiza depois o teatro político para ratificá-las “democraticamente”. Mesmo uma surpresa como a de Kamala Harris, que substituiu Biden na corrida eleitoral, é apenas um pequeno desvio no rumo costumeiro da política contemporânea.

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