Uma análise da estagnação das economias europeias

Autores: Ozan Mutlu [1] e Lefteris Tsoufidis [2]

Introdução

Este estudo tem como objetivo medir empiricamente as principais variáveis consideradas pela economia política clássica e marxista em países europeus — França, Alemanha e Reino Unido[3] — abrangendo o período 1995-2023. Ao fazê-lo, procura explicar as causas do fraco desempenho do crescimento desde a grande recessão de 2008-2009.

Como essas economias são significativas na economia global, examinar as suas trajetórias é essencial não apenas para entender, em particular, as suas atuais situações econômica, mas também para apreender as suas tendências globais mais amplas. Eis que o resto do mundo, com exceções, experimentou também um crescimento fraco desde 2007. As projeções para os próximos anos, de acordo como o FMI, continuam apontando para tendências de lentidão.  

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Trump, tarifas e o mercado de ações

A interpretação da política econômica do governo Trump tem envolvido muitas controvérsias. Publica-se em sequencia uma opinião que vê uma tendência mais geral no rumo do autoristarismo, do isolacionismo e do protecionismo. O artigo analisa as Intervenções políticas que a acompanham e os seus limites. O artigo foi escrito antes do “dia da libertação”.

Autor: Lefteris Tsoulfidis [1]

A recessão que começou em 2007 ainda está em andamento. Como durante a Grande Depressão do período entre guerras, o autoritarismo, o isolacionismo e o protecionismo tornaram-se a política oficial de governo – embora não necessariamente de todos os países.

Nas décadas de 1920 e 30, foi a Itália, Alemanha, Espanha e Grécia em particular. Mas essa política foi muito além disso: em 1930, os EUA quadruplicaram suas tarifas com a Lei Smoot-Hawley, primeiro para produtos agrícolas, depois também para bens industriais.

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Ciclos longos na economia capitalista

Michael Roberts – The next recession blog – 26/12/2024

Há muito simpatizo com o conceito de longos ciclos na produção e acumulação capitalistas. A ideia é que a produção capitalista se move em ciclos, não apenas booms e recessões a cada 8-10 anos ou mais, mas que também há períodos mais longos de acumulação e crescimento da produção geralmente mais rápidos, ou seja, períodos de relativa prosperidade seguidos por períodos de acumulação e crescimento relativamente mais lentos.  com mais recessões. Esses ciclos ou ondas mais longas duram cerca de 50 a 60 anos, incluindo as fases de expansão e queda.

Se tais ciclos existirem e puderem ser apoiados por evidências empíricas, eles forneceriam um indicador importante do estado da economia capitalista mundial.

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