A entropia requer o decrescimento

Autor: Crelis Rammel[1]

Introdução

Uma fera voraz devora o equivalente a um monte Everest inteiro de recursos a cada 20 meses. Também acelera o seu metabolismo, pois vai reduzir esse prazo para apenas 10 meses nas próximas duas décadas.[2] Ao encher a barriga, a fera esgota seu ambiente e o sobrecarrega com resíduos, interrompendo os sistemas naturais de renovação de recursos e gestão de resíduos. Em última análise, aniquila seu próprio habitat. Refiro-me, naturalmente, ao capitalismo global.

Esse sistema exige acumulação contínua de capital e vacila quando se vê prejudicado nesse processo. A resposta típica à crise ecológica não consiste, portanto, em restringir o crescimento econômico, mas em depositar toda a esperança na eficiência, circularidade, desmaterialização, descarbonização e outras inovações verdes orientadas para o lucro dentro do capitalismo.

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