Dinheiro: entre a ficção e o fetiche

Há duas ilusões reais simétricas implicadas na compreensão da sociabilidade mercantil: o fetichismo da mercadoria e a ficção do valor de troca como um significante que não se remete, ele mesmo, ao valor, ao trabalho abstrato. No primeiro caso, há uma identificação da forma do valor com o material que dá suporte a essa forma. No segundo caso, a forma parece puramente convencional.

E a crítica dialética, como aponta Ruy Fausto, tem de ser crítica dessas duas ilusões opostas. Como se sabe, Marx mostra que a contradição interna à mercadoria, valor de uso e valor, desdobra-se numa contradição externa entre a forma relativa de valor e a forma equivalente. É preciso partir daí.

Ora, na compreensão do dinheiro essas duas ilusões reaparecem: o dinheiro-mercadoria produz a primeira ilusão e o dinheiro-papel engendra a segunda ilusão. Apresenta-se aqui uma nota tentando esclarecer essa questão: Entre a ficção e o fetiche – Novo