Dos ciclos de acumulação I

Este post encaminha um reexame da financeirização como momento intrínseco do desenvolvimento do capitalismo. Com esse objetivo, reestuda a noção de “ciclo sistêmico de acumulação” que, como se sabe, é fundamental na obra de Giovanni Arrighi sobre o desenvolvimento histórico da economia mundial capitalista.

A tese de que toda a história desse sistema enquanto sistema pode ser apreendida mediante essa noção está exposta em O Longo século XX – Dinheiro, poder e as origens de nosso tempo, publicado originalmente em 1994. Como se sabe, este autor mostrou aí que os seis séculos já transcorridos da inacabada história do capitalismo podem ser decompostos em quatro grandes ciclos longos de acumulação, os quais denominou de genovês, holandês, britânico e norte-americano.

Em A financeirização nos ciclos sistêmicos de acumulação argumenta-se que esse momento não pode ser encarado apenas como uma fuga para frente do capital em face do esgotamento das forças propulsoras de um ciclo. Diferentemente, procura-se mostrar que a financeirização resulta de um desenvolvimento endógeno do processo cíclico por meio do qual o capital, com base na ação dos capitalistas, subordina e intensifica a produção de mais-valor.