Saída pela esquerda

Brexit ImageEste blog não trata em geral de questões de conjuntura. Mas a situação posta pelo advento do Brexit reclama uma posição. Não, porém, para ficar a favor ou contra a desintegração geopolítica que ele anuncia. Não pelo resultado do plebiscito que indicou existir uma pequena maioria favorável à saída Grã-bretanha da União Européia. Mas porque esse evento põe em evidência uma questão de fundo extremamente importante: como a esquerda deve se posicionar em relação ao redemoinho político que atravessa com força crescente o chamado “mundo ocidental”.  Sabe-se que esse redemoinho se levanta nas águas quentes da grande depressão iniciada a partir de 2007-2008 e do rolo-compressor das políticas neoliberais que continuam a ser instituídas em escala mundial. Mas o que não se sabe bem é o que fazer diante de um mundo que se torna mais ameaçador, mais opressivo e menos democrático.  Na busca de uma resposta, publica-se aqui dois pequenos artigos, um deles de Clément Homs que reflete sobre a ascensão das políticas identitárias e um outro de Slavoj Zizek que sugere um caminho para a esquerda.

O artigo de Zizek encontra-se aqui: https://arlindenor.com/2016/06/25/precisamos-entender-a-esquerda-que-apoiou-o-brexit-zizek/

Já o artigo de Clément Homs está aqui: Homs – Os fatos novos da peste identitaria

3 respostas em “Saída pela esquerda

  1. Pingback: Os novos fatos da peste identitária na era do capitalismo de crise | Baierle & Co.

  2. Olá Eleutério,

    Acompanho sempre os artigos desde o meu primeiro ano de graduação aqui na FACE UFMG (hoje estou no quinto e último ano) os quais – combinados com as aulas magníficas de João Antônio de Paula, meu contato com a discussão lefebvriana de Roberto Monte-Mór e minha participação no grupo “Crítica e Dialética” com Eduardo Soares Neves Silva (aqui da Filosofia, núcleo de estudos em Teoria Crítica) – são a razão de eu confiar meus estudos e minha prática política ao marxismo, sem “Temer” estar enganado ou insistindo em fantasmas bonitos do passado.

    São artigos de conhecimento primoroso e crítico sobre Economia Política, com exposição claríssima e denunciantes de um grande interesse seu de transmitir o conhecimento. Além de extremamente direcionados aos temas atuais e mais relevantes da análise do Capitalismo – coisa que acho difícil de encontrar em análises marxistas e que, talvez, explique o fato de quem estar buscando respostas à esquerda para tais questões acabe se aprofundando (e se afundando) em análises keynesianas associadas a nacionalismos e identitarismos (neo)liberais.

    Queria deixar os cumprimentos, o elogio e o agradecimento pelo blog. E gostaria de ler – quem sabe – além dos brilhantes comentários dos limites da crítica pós-keynesiana ao neoclassicismo pela tese da “Economia Monetária de Produção”, alguma apreciação marxista sua a respeito da (ainda muito nebulosa e de difícil compreensão para mim) crítica sraffiana ao marginalismo e da capacidade dos seguidores desta tradição fazerem uma análise consistente da dinâmica do Capital.

    Aguardo mais uma volta sua a Belo Horizonte, estive nas duas vezes que esteve aqui na FACE durante minha graduação.

    Abraços,
    Evandro Luis

    • Caro Evandro, obrigado pelo estímulo. Quem gastou anos e anos tentando entender Marx está agora tentando ajudar outros nesse difícil, mas gratificante, caminho.
      Para a crítica do pós-keynesianismo saiu um texto “meuzinho” na Revista da SEP que anuncio agora no blog.
      Para a crítica da economia sraffiana e do “marxismo” walrasiano procure ler Reclaiming Marx’s Capital do Andrew Kliman. É, na minha opinião, um texto definitivo nessa temática.
      Abraço
      Eleutério

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