Titãs no capitalismo contemporâneo

Autores: Benjamin Braun [1] e Adrienne Buller [2]

A ascensão das gestoras de ativos

Em meados de outubro de 2021, a BlackRock revelou os resultados obtidos até o terceiro trimestre que ali se encerrava: a gigante da gestão de ativos anunciou, então, que tinha quase US$ 10 trilhões em ativos sob gestão. É um grande montante já que se mostra “aproximadamente equivalente a todas as indústrias globais de fundos de cobertura (hedge funds), “participação privada” (private equity) e capital de risco, combinadas”. Considerando que essa empresa quebrou a marca de US $ 1 trilhão em 2009, vê-se que obteve um aumento de quase dez vezes em apenas alguns anos

Desde a crise financeira de 2008, testemunha-se a ascensão dessa indiscutível superpotência de capital acionário. A BlackRock, embora excepcional, não está sozinha. Ela tem como rival mais próxima, a Vanguard. Ora, essas duas empresas controlam quase US$ 20 trilhões em ativos, tendo uma participação de mercado combinada de mais de 50% no mercado em expansão dos fundos negociados em bolsa (Exchange Traded Funds ou ETFs[3]). E elas não são apenas grandes – elas são “universais” – pois controlam grandes participações em todas as empresas, classes de ativos, setores e geografias da economia global.

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