Autor: Eleutério F. S. Prado [1]
Introdução
Em artigo anterior, discutiu-se um pouco a relação entre essas duas infinitudes examinando o seu encontro em A Política de Aristóteles e em Freud por meio do Marcuse de Eros e civilização. Eis que é preciso ir além.
Como se sabe, já em Freud se encontra uma tendência persistente de pôr a história entre parênteses na caracterização da psique; em sua investigação sobre as causas dos males da mente, ele busca encontrar invariantes antropológicos. Quando se lê, por exemplo, o seu Além do princípio do prazer, vê-se com clareza que o texto se desenvolve em torno da questão de encontrar princípios que deem conta da complexidade do comportamento humano. Como os males que afetam os indivíduos sociais aparecem como conflitos, os princípios buscados são sempre duais e eles implicam inexoravelmente numa luta de contrários – à rigor, não dialética. Ademais, eles se assentam sempre na oposição entre vida e morte. Eis o que é dito na obra consultada:
Continuar lendoPartimos de uma nítida separação entre pulsões do Eu = pulsões de morte e pulsões sexuais = pulsões de vida. Incluímos os chamados instintos de conservação entre os de morte, algo que agora retificamos. Desde o princípio nossa concepção era dualista e hoje é mais claramente dualista do que antes (…) denominamos agora os opostos (…) de pulsões de vida e de morte.

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