Eleutério F. S. Prado[1]
Introdução
Em artigo anterior, O fim incontornável de uma teoria, [2] tentou-se responder a uma importante crítica de Marcos Barbosa de Oliveira posta em seu escrito Considerações sobre a economia da atenção.[3] Refletindo depois, achou-se que não se havia discutido de modo suficiente esse tema que se afigura crucial para bem compreender o primeiro capítulo de O capital e, assim, o livro como um todo.
O autor da crítica havia “acusado” Karl Marx de formular uma teoria do valor metafísica. “Marx inicia a sua obra” – escreveu ele – “com uma análise abstrata da mercadoria”. Ora,“não tenho simpatia pela teoria do valor trabalho, nem concordo com uma concepção de mercadoria que julgo essencialista”. A ideia fundamental de Marx, apanhada em Aristóteles, segundo ele, consistiria em apresentar o valor como um substrato do preço”. O valor – afirma conclusivamente – é apresentado em O capital como uma substância que teria a mesma natureza da “ousia” – o ser ou essência da coisa.
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