Uma crise cambial se avizinha?

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O espectro de uma crise cambial surge no horizonte de diversos países, inclusive do Brasil. Ela vai ser enfrentada, inicialmente, com elevação da taxa de juros e por meio de desvalorização moderada do dinheiro nacional. No entanto, essas medidas poderão ser insuficientes para equilibrar o balanço de pagamentos. Então, talvez se torne um imperativo que esses países aceitem uma desvalorização acentuada da moeda nacional, assim como uma severa contenção dos gastos públicos. Se este for o caso, a recessão e a crise despontarão, também, no horizonte desses países. No caso do Brasil, o governo relutará fortemente em adotar essas medidas de política econômica porque a eleição presidencial se avizinha. Desejará, pois, fazer os ajustes depois de outubro de 2014. Mas isto é apenas uma aposta, pois também o Real pode ser alvo de um ataque especulativo. Uma nota de Michael Roberts, originalmente escrita em inglês, mas aqui traduzida para o português, trata dessa questão de um ponto de vista da crítica da economia política. Ela não é otimista, pois parte do suposto que os países avançados ainda não conseguiram superar a crise de 2008. Pois, nesses países, não ocorreu ainda uma severa deflação das dívidas privadas, a taxa de lucro não se recuperou, as oportunidades de investimento rentáveis ainda não se configuraram. Ademais, os problemas da união monetária europeia ainda não encontraram uma boa solução. Em consequência, ele vê a leve recuperação da economia norte-americana como consequência de mais uma bolha de crédito que vai estourar em algum momento do futuro. Convém, portanto, se precaver contra as análises otimistas dos economistas que rezam no altar do capitalismo por convicção ou por oportunismo.

Aqui se encontra a nota de Michael Roberts: Crise dos mercados emergentes