A crise argentina: uma perspectiva de longo prazo

Autor: Rolando Astarita [1]

A crise atual faz parte de uma longa história de quedas recorrentes do PIB, como mostra a tabela a seguir (Figura 1), que registra as variações anuais do PIB desde 1961 até o presente.  Tomamos como referência a crise de 1975, pois foi a última crise a ocorrer no âmbito da industrialização por substituição de importações (ISI), ou seja, do programa de desenvolvimento da industrialização baseado no mercado interno.

Figura 1

Após essa data, ao longo destes 50 anos, houve nada menos do que por 13 vezes houve “crescimentos negativos” do PIB, totalizando 20 anos ao todo. Em 1981-1982, 1988-1990, 1999-2002 e em 2019-2020, as quedas foram superiores a 10%. Embora os contratempos combinem com anos de crescimento e até mesmo, mais do que compensatoriamente, de alto crescimento. Eis agora como se comportou a inflação no período (Figura 2):  

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