Não-identidade e relativismo histórico

Autora: Susan Buck-Morss [1]

Estamos perto do cerne do argumento de Adorno; eis aqui um protótipo de sua abordagem em geral. É correto dizer que Adorno não tinha nenhum conceito de história no sentido de uma definição ontológica e positiva de seu significado filosófico. Em vez disso, tanto a história quanto a natureza, tomados como opostos dialéticos, eram para Adorno conceitos cognitivos, não muito diferentes das “ideias reguladoras” de Kant.

Ora, esses conceitos foram aplicados em seus escritos como ferramentas críticas para a desmitificação da realidade. Ao mesmo tempo, cada um deles forneceu uma crítica ao outro. A natureza forneceu a chave para expor a não-identidade entre o conceito de história (como uma ideia reguladora) e a realidade histórica, assim como a história forneceu a chave para desmitificar a natureza. 

Continuar lendo