Autor: Ignácio Juncos[1] – Phenomenal world – 6/01/2024
Buenos Aires: um protesto exige salários mais altos em 04/2023.
Em agosto de 2023, uma semana depois de vencer as eleições primárias da Argentina, o agora presidente Javier Milei declarou publicamente que o peso argentino “valia menos do que excrementos”. Nos dois dias seguintes, a taxa de câmbio paralela dólar-peso subiu quase 20%, intensificando a já rápida desvalorização da moeda. Tais proclamações extremas eram comuns para o político Milei. Eis o candidato, agora eleito e empossado, combinou o libertarianismo com o extremismo de direita global; no centro de sua campanha, apresentou propostas para abolir o banco central e para dolarizar a economia nacional.
A ascensão de Milei deve ser entendida no contexto da inflação extraordinária da Argentina nos últimos dois anos. Em 2022, a inflação anual de preços ao consumidor foi de 72,4%, colocando a Argentina entre os cinco países do mundo com a maior inflação.[2] Em 2023, a situação tornou-se terrível – o IPC anual aumentou para impressionantes 142,7% na última medida do Escritório Nacional de Estatísticas da Argentina.
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