Publica-se nesta semana dois artigos que tratam do futuro da sociedade e da economia norte americana. Hoje, os leitores encontram aqui um texto do economista socialdemocrata John Kolmos. Na próxima quinta-feira, será a vez do artigo do economista marxista Michael Roberts. Ambos são pessimistas. O capitalismo no Ocidente está produzindo massas enormes de pessoas descontentes e estas, em grande número, estão dispostas a aceitar lideranças protofascistas, as quais ele chama de populistas. Ocorre, em consequência, uma revolta no seio da sociedade, mas ela não produz uma virada à esquerda; produz paranoias coletivas de direita que acabam levando a sociedade ainda mais para o caminho da derrocada econômica e social, com o aval das classes dominantes.
Alexandre, o Grande e o corte do nó górdio não estão à vista nos Estados Unidos
John Komlos[1]
Um longo sopro de ar fresco está percorrendo os Estados Unidos como um todo, substituindo o ar quente bufado da administração Trump. No entanto, os desafios a serem enfrentados pela equipe Biden-Harris são formidáveis e, provavelmente, insuperáveis.[1]
Vamos considerá-los, em primeiro lugar, a partir de uma visão de longo alcance. A civilização ocidental encontra-se novamente numa encruzilhada; chegou até esse ponto por meio da revolução da informática e está, agora, para entrar no caminho de uma economia pós-industrial baseada em conhecimento. De acordo com o registro histórico, transformações econômicas como essa que ora enfrenta são sempre complicadas; elas nunca transcorrem de modo suave e raramente estão isentas de conflitos.
A transição do feudalismo para o capitalismo não foi uma brincadeira de criança. A França, por exemplo, passou por quatro revoluções durante a transição; já a Inglaterra enfrentou duas grandes reviravoltas no século XVII, numa das quais um rei foi decapitado e na outra um rei foi deposto por meio de maquinações que se assemelharam a um golpe de Estado moderno.
Como transformações como essa embaralham a hierarquia política, social e econômica, não deve causar surpresa de que sobrevirão conflitos à medida em que o processo prossegue. É difícil abrir mão do poder e dos privilégios.[2] Ora, isso já era óbvio para os gregos antigos.[3]
Embora esse quadro geral nos ajude a entender o contexto da situação atual, é preciso ir além. É crucial reconhecer que os EUA estão enfrentando vinte formidáveis contratempos nos âmbitos político, cultural, social e econômico. Além disso, todos eles estão entrelaçados por meio de complexos processos de realimentação. Como eles são muito numerosos não será possível mencioná-los todos aqui.
A disfunção tornou-se uma característica permanente do sistema político dos EUA
A Constituição dos EUA é anacrônica. Se nasceu como um produto do iluminismo, não é mais capaz agora de fornecer um mecanismo por meio do qual a vontade geral dos cidadãos norte-americanos venha a ser a lei prevalecente.[4]
Afinal, Al Gore recebeu meio milhão de votos a mais que Bush Jr., mas ainda assim não se tornou presidente; Hillary Clinton recebeu 3 milhões de votos a mais que Donald Trump, mas apesar disso também perdeu. Em consequência, os EUA não são mais uma democracia que funciona. Há, sim, processos eleitorais massivos, mas alguns votos contam mais do que outros.
Na eleição presidencial de 2020, 300 mil eleitores da Califórnia enviaram um delegado para o colégio eleitoral que escolhe oficialmente o presidente, enquanto que para Montana, Wyoming, Dakota do Sul e Do Norte apenas 140 mil eleitores foram necessários. Dito de outra forma, os votos dos cidadãos desses quatro estados são duas vezes mais importantes que os votos dos cidadãos da Califórnia.
Tais esquemas de ponderação também distorcem a representatividade no Senado. A Califórnia tem dois representantes, enquanto os 22 estados menos populoso com população total igual à da Califórnia enviam 44 senadores. Uma democracia que funciona deve permitir que a vontade geral da população governe de fato a nação.[5] Não é à toa que a vontade geral não possa emergir em Washington com um sistema tão arcaico.[6]
2. Dado o grande papel que o dinheiro tem na política, como a riqueza média do 1% das famílias chega a 25 milhões de dólares anuais, os EUA se transformaram em uma plutocracia.[7] O erro da Suprema Corte ao equiparar as doações de dinheiro para fins políticos com liberdade de expressão reforçou o problema consideravelmente. Assim, ela aumentou o poder do dinheiro na política. Trump nunca teria vencido as primárias em 2016 se não tivesse os seus próprios recursos para financiar a sua campanha no início.
3. Ademais, o complexo militar-industrial tem forte influência no processo político. A despesa anual de 720 bilhões de dólares com os militares é um enorme dreno no orçamento federal que deixa pouco para os fins civis. As aventuras militares no Iraque e no Afeganistão custaram trilhões de dólares.
Os desafios culturais são insuperáveis
4. A ideologia neoliberal dominante, que se caracteriza “por superestimar enormemente a sabedoria dos processos de mercado”, infiltrou-se na cultura popular para enviesá-la no sentido do individualismo. A cidadania passa a ter dificuldade para entender que o melhor governo não é aquele que governa menos.[8] É fácil para os aficionados do “livre mercado” rotular como socialistas os políticos progressistas que aspiram melhorar a condição dos pobres por meio de programas governamentais distributivos e protetivos.
Os desafios sociais tem raízes profundas
5. O racismo endêmico corrompe o tecido social. A falta de empregos, o sistema educacional medíocre e a rede de segurança limitada disponível para as minorias dificultam que suas vidas melhorem. A taxa de desemprego entre as minorias é geralmente o dobro daquela observada nos brancos. Os afro-americanos têm 1,8 vezes mais chances de serem pobres do que sua parcela da população e sua renda familiar média anual foi 24.600 dólares menor que a dos brancos, em 2016. Eles são desprezados por causa de sua pobreza, mas sua pobreza é devido à falta de oportunidade; ademais, apenas escolas inferiores estão disponíveis para eles.
6. É amplamente reconhecido que a economia é injusta e não está funcionando para metade da população. Os 1% superiores obtêm 20% da renda nacional. Os resgates do sistema financeiro, em 2008, permitiram que todos os banqueiros ficassem no 1% mais alto da distribuição de riqueza. Nenhum deles afundou para a classe média. Dick Fuld, que faliu o Lehman Brothers, ainda tem US$ 250 milhões no banco, enquanto Angelo Mozilo que faliu a Countrywide Financial tem 600 milhões de dólares. No entanto, oito milhões de famílias foram despejadas de suas casas sem dó nem piedade. Tais resgates assimétricos são indicativos do poder da oligarquia na sociedade americana. Tudo isso suscitou uma raiva imensa que deu força ao populismo na presidência de Donald Trump.[9]
7. O sistema educacional primário e secundário permanece medíocre. Assim, ele não prepara a próxima geração para a revolução da tecnologia da informação (TI). Além disso, grande parte dos pobres é incapaz de pagar a educação universitária tão importante na economia atual. Em consequência, a demanda significativa por profissionais de TI não é atendida. No entanto, o dinheiro não está disponível para melhorar o sistema educacional.
8. A expectativa de vida estava caindo mesmo antes da pandemia. As 150 mil pessoas que morreram devido ao desespero num só ano evidenciam a imensa ansiedade que afeta a população de baixa renda.[10] Ora, como se sabe, as epidemias de suicídios não ocorrem em uma economia saudável.
A economia está desbalanceada
9. O crescimento anêmico do PIB é o novo normal no século XXI e é bem provável que isso não mude. O crescimento per capita foi de 1,1% entre 2000 e 2019, em comparação com 2,1% durante as três décadas finais do século XX.[11] Os EUA têm produzido cerca de US$ 1 trilhão a menos após a crise financeira de 2008 do que seu potencial, de acordo com projeções anteriores à crise.
Mas, como Larry Summers apontou, mesmo antes da crise, não havia sinais de superaquecimento da economia, apesar da política monetária acomodada, explosão da dívida e “empréstimos imprudentes”.[12] Os preços, os salários e a produção não estavam crescendo fortemente. Em vez disso, as pessoas estavam abandonando a força de trabalho aos milhões por causa de oportunidades limitadas. Havia também milhões que só conseguiam encontrar um emprego de meio período ou de trabalho temporário.
Isso levou Summers a formular a tese de estagnação secular: devido à demanda agregada inadequada, a economia de serviços pós-industriais vai se manter numa baixa velocidade no futuro previsível. Portanto, não há razão para pensar que uma aceleração do crescimento econômico facilitará vai melhorar a participação nos rendimentos dos trabalhadores ou liberará recursos para obter uma melhor redistribuição da renda.
10. O crescimento anêmico deve-se, em parte, à desaceleração do aumento da produtividade e não há razão para pensar que isso vá melhorar.[13] A produtividade total dos fatores cresceu a uma taxa anual de 1% entre 1988 e 2007. No entanto, entre 2007 e 2019, caiu pela metade, ou seja, para 0,5%.[14] E isso implica que a inovação e o empreendedorismo não podem mais funcionar como motores de crescimento.
11. O déficit orçamentário endêmico implica que o governo tem poucas possibilidades de iniciar grandes projetos que possam resolver qualquer um dos problemas estruturais enfrentados pela economia, mesmo que possa romper o impasse político.[15]
Isso também significa que os pagamentos de juros da dívida nacional continuarão a rolar como bola de neve.[16] Em 2018, a média de juros taxa sobre a dívida foi de 2,3%, mas se ele aumentasse para níveis normais, em torno de 5%, o ônus da dívida se tornaria insuportável.[17] E isso é um mal sinal já que a dívida pública total como percentual do PIB saltou de 103% para 135% como consequência da crise coronavírus.[18]
12. A dívida privada também é excessiva, incluindo dívida estudantil (US$ 1,6 trilhão, em 2019), assim como a dívida de cartão de crédito (US$ 0,9 trilhão); isso implica que a demanda agregada será deprimida no futuro porque as pessoas endividadas terão que reduzir seus gastos.
13. O desemprego tecnológico será uma ameaça permanente – a não ser que seja possível reduzir o número de horas trabalhadas por trabalhador como foi feito na década de 1930, com o fim de garantir renda e emprego a todos. A proliferação de robôs significa que o crescimento do PIB estará cada vez mais dissociado do emprego, pois as empresas substituem assim trabalho humano por trabalho de robô. As pessoas se tornaram cada vez mais redundantes por meio da automação e do subemprego endêmico.[19] Isso implica que os programas básicos de renda e garantia de emprego precisarão estar na agenda política.[20]
14. A taxa de desemprego oficial é geralmente metade da taxa real, porque sua definição é muito rigorosa. Isso leva a um mercado de trabalho injusto que exclui muitos que nem sequer são considerados desempregados. Mesmo antes da pandemia, 4,9 milhões de adultos eram considerados fora da força de trabalho mesmo se estavam dispostos a trabalhar; outros 4,3 milhões trabalhavam em meio período involuntariamente, porque não conseguiam encontrar emprego em tempo integral.[21] Obviamente, a oferta de empregos em tempo integral era inadequada para atender à demanda. A verdadeira taxa de desemprego estava mais próxima de 7% em vez da tão anunciada taxa oficial de 3,5%.[22]
15. Estagnar ou diminuir salários é um dilema frustrante que está criando conflitos distributivos, assim como alimentando o nacionalismo branco. Surpreendentemente, os salários médios reais dos homens empregados em tempo integral no final de 2019 ainda estavam no nível de 1979.[23] Os salários das mulheres eram apenas US$ 114/mês mais elevados do que eram em 2004.[24]
16. A pandemia de 2020 parece ser evento improvável de grande impacto que às vezes é chamado de “cisne negro”.[25] De qualquer modo, ela atingiu uma economia frágil, o que ampliou o seu impacto. Ela revelou a necessidade de reformas fundamentais no sentido de criar um sistema socioeconômico mais justo e mais robusto.
Note que tais desastres imprevistos têm aparecido em intervalos de 5 anos durante o século XXI, pelo menos até agora: a bolha DotCom, o 11 de setembro, o Colapso de 2008, e agora o coronavírus; ademais os incêndios e os furacões, assim como os efeitos do aquecimento global também estão devastando os EUA. Em outras palavras, tais imprevistos ocorrem com regularidade suficiente para que se passe a levar as suas ameaças muito mais a sério do que tem sido feito até agora.
17. O déficit comercial endêmico atingiu 578 bilhões de dólares em 2019. Isso significa que os EUA continuarão a exportar empregos que dificultarão obter um mercado de trabalho inclusivo.[26]
18. A globalização implica que os trabalhadores de baixa qualificação devem competir com seus colegas de menor renda em todo o mundo, em parte porque os trabalhadores não têm apoio institucional, e em parte porque as oportunidades educacionais são tão limitadas para um grande segmento da população que não têm as habilidades necessárias para aproveitar a nova economia.
19. A infraestrutura está se depreciando. Isso continuará pesando sobre a economia porque a infraestrutura é uma força vital. No entanto, o governo não tem dinheiro para fazer os investimentos necessários depois que ele abdicou de impostos para as empresas terem mais lucros.
20. A economia dos EUA se transformou em um capitalismo de resgate apoiado pela criação de dinheiro da Reserva Federal. Seus ativos em setembro de 2008 foram de apenas 0,8 trilhão de dólares. Em 2021, são 7,1 trilhões de dólares. Isso é um aumento por um fator de 9. Quanto tempo pode funcionar um capitalismo de resgate?
Conclusão
Donald Trump se gabou, antes da recessão que veio ao final de seu mandato, de “um boom econômico sem precedentes”, acrescentando que “a economia os EUA era a mais aquecida do planeta”. Eis o que acrescentou: “a nossa economia é invejada no mundo todo”, porque “um milagre econômico está ocorrendo nos Estados Unidos”.[27]
Ele confundiu uma aldeia Potemkin com a realidade.[28] De acordo com as evidências acima, a estrutura da economia tem estado em desequilíbrio permanente. O impasse político implica que nenhum dos vinte contratempos desafiadores acima elencados poderá ser enfrentado adequadamente.
Portanto, não há razão para pensar que a economia futura dos Estados Unidos será socialmente mais inclusiva do que tem sido até agora. Essas são as razões para ser cético sobre a capacidade de Joe Biden de cortar este nó górdio complicado, reestruturando a economia, para que ela satisfaça as necessidades e as aspirações da população dos EUA.
O país está muito dividido após quatro décadas de política econômica duvidosa e depois de quatro anos de um populismo desagradável. Está também muito nervoso para se unir atrás de qualquer líder que seja menor do que Alexandre, o Grande. Claro, Franklin D. Roosevelt foi capaz de responder efetivamente à Grande Depressão com o New Deal, mas seu partido controlou ambas as casas do Congresso ao longo de seus 12 anos no cargo e durante a maior parte do tempo por margens muito grandes. Claro, Lyndon B. Johnson conseguiu aprovar a Lei dos Direitos Civis de 1964 no Congresso, mas ele também tinha maiorias em ambas as casas por margens decentes.
Tal sorte, no entanto, não sorriu para Biden. Apesar disso, os desafios são tão formidáveis, ou melhor, ainda mais do que os de seus grandes antecessores, porque eles vêm se acumulando e piorando há décadas. Claro, pode-se lhe desejar boa sorte. Mesmo que não resolva nenhum dos problemas acima, terá sido uma grande melhora em relação ao passado recente. Evitou o choque constante de pensamentos e de ações irracionais que emanaram da Casa Branca sob Trump. No entanto, seria prudente reconhecer que os 20 desafios vão pairar, por um bom tempo, sobre sua administração, sobre o país e sobre o mundo ocidental tal como uma espada de Dâmocles.
Notas
[1] J. Komlos, “Reaganomics: A Watershed Moment on the Road to Trumpism,” The Economists’ Voice, 2019, 16: 1.
[2] D. Kahneman, J. L. Knetsch, R.H. Thaler: “Anomalies: The Endowment Effect, Loss Aversion, and Status Quo Bias,” Journal of Economic Perspectives, 5. (1991), H. 1, S. 193-206.
[3] Thucydides: History of the Peloponnesian Wars, around 411 BC.
[4] J.J. Rousseau: The Social Contract, Amsterdam 1762.
[5] M. Sandel: “Populism, liberalism, and democracy,” Philosophy & Social Criticism 44. (2018), H. 4, S. 353-359.
[6] G. Packer: “We Are Living in a Failed State,” The Atlantic, June, 2020.
[7] B. Page, M. Gilens: Democracy in America? What Has Gone Wrong and What We Can Do About It, Chicago 2017.
[8] J. Komlos. Foundations of Real-World Economics: What Every Economics Student Needs to Know, 2nd edition, Routledge: 2019.
[9] J. Komlos, “The Triumph of Trumpism,” Journal of Contextual Economics, Schmollers Jahrbuch, 137 (2017), 4: 421-440.
[10] A. Case, A. Deaton: Deaths of Despair and the Future of Capitalism, Princeton: Princeton University Press, 2020.
[11] 4th Quarter to 4th Quarter. Federal Reserve Bank of St. Louis: series A939RX0Q048SBEA.
[12] L. Summers “U.S. Economic Prospects: Secular Stagnation, Hysteresis, and the Zero Lower Bound,” Business Economics, 49 (2014), S. 65-73; L. Summers, “Demand Side Secular Stagnation,” American Economic Review 105 (2015), 5, 60-65.
[13] R. Gordon: The Rise and Fall of American Growth: The U.S. Standard of Living since the Civil War. Princeton 2016.
[14] Federal Reserve Bank of St. Louis: series MPU4910013. Labor productivity fell from 2.4% to 1.4% in the same period; series MPU4900063.
[15] K. Rogoff: “Government Debt Is Not a Free Lunch,” Project Syndicate, December 6, 2019.
[16] H. Long: “Fed Chair Powell warns Congress that $1 trillion budget deficits are unsustainable,” The Washington Post February 11, 2020.
[17] D. DeSilver: “5 facts about the national debt,” Pew Research Center, August 17, 2017.
[18] Federal Reserve Bank of St. Louis: series GFDEGDQ188S.
[19] E. Brynjolfsson, A. McAfee: The Second Machine Age. Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies. New York 2014.
[20] J. Komlos: “Despair at Full Employment: The Urgency of a Fairer Labor Market,” Challenge: The Magazine of Economic Affairs, 61. (2019): 5-6, 363-386.
[21] Federal Reserve Bank of St. Louis: series NILFWJN and LNS12032194.
[22] Federal Reserve Bank of St. Louis: series U6RATE and UNRATE.
[23] Federal Reserve Bank of St. Louis: series LES1252881900Q.
[24] Federal Reserve Bank of St. Louis: series LES1252882800Q and CPIAUCSL.
[25] N. Taleb: The Black Swan: The Impact of the Highly Improbable. New York 2007.
[26] U.S. International Trade in Goods and Services FT 900, Exhibit 1.
https://www.census.gov/foreign-trade/Press-Release/2020pr/04/index.html#ft900.
[27] D. Trump: Remarks by President Trump in State of the Union Address, February 6, 2019 and February 4, 2020.
[28] J. Sachs: “America’s Illusions of Growth,” Project Syndicate, May 14, 2019.
[1] Professor da Universidade de Munique, Alemanha.Texto original: Komlos, John (2021) “The American Gordian Knot and Alexander the Great is not in sight.” Real-world economics review, issue no. 95, 22 March, pp. 103-108.
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